Hoje na Economia – 25/02/2022

Hoje na Economia – 25/02/2022

Os mercados internacionais buscam reagir frente às quedas ocorridas ontem, quando a eclosão do conflito armado entre Rússia e Ucrânia levou os investidores a buscarem abrigo em ativos seguros. As principais bolsas de ações esboçam reação, nesta manhã, enquanto os investidores observam a queda iminente da Ucrânia e as sanções adotadas pelo Ocidente contra a Rússia, avaliando os seus impactos sobre o crescimento da economia global.

Na Ásia, as bolsas de ações voltaram a operar no azul, revertendo as perdas do pregão anterior, depois que as sanções adotadas pelo governo Biden contra Moscou se mostraram mais fracas do que se esperava, estimulando o apetite ao risco. O índice regional MSCI Asia Pacific fechou a sessão desta sexta-feira com alta de 1,0%. A bolsa de Tóquio foi um dos destaques de alta na região, com o índice Nikkei subindo 1,95%. Na China, o PBoC, banco central chinês, injetou cerca de US$ 45,8 bilhões no sistema financeiro através de operações de curto prazo, provendo liquidez para estimular o crédito. O índice Xangai Composto fechou com alta de 0,63%, apesar de a empresa Alibaba anunciar o menor crescimento de receitas desde que veio ao mercado. O sul-coreano Kospi avançou 1,06% em Seul; enquanto em Taiwan, o Taiex valorizou modestos 0,2%.

Na Europa, o índice pan-europeu de ações, STOXX600, busca se recuperar da correção técnica atingida ontem em reação aos ataques russos ao território ucraniano, acirrando a pior crise na Europa desde a Segunda Grande Guerra. As bolsas europeias abriram em alta, com investidores buscando ânimo nos bons números de crescimento econômico divulgados na Alemanha e França e de balanço corporativos com resultados acima do esperado, como da empresa Casino. O índice STOXX600 opera com alta de 0,69%, no momento. Em Londres, o FTSE 100 sobe 1,23%; o CAC40 avança 0,53% em Paris; em Frankfurt, o DAX valoriza 0,23%.

Os efeitos do conflito bélico no Leste Europeu sobre a economia global ainda são incertos, mas ganha força a visão de que devem gerar renovadas pressões inflacionárias, o que deve levar a medidas mais duras por parte das autoridades monetárias. Rússia e Ucrânia são grandes exportadores de grãos, enquanto a Rússia é rica em energia e metais. Reduções na oferta devem agravar os problemas na cadeia global de suprimentos, justamente agora quando o Fed está prestes a iniciar o aperto monetário. Diante de um ambiente incerto e cheio de riscos, os juros dos Treasuries operam em baixa nesta manhã, recuando um ponto base, para 1,95% ao ano. O índice DXY do dólar opera estável (queda marginal de -0,01%), enquanto o euro é negociado a US$ 1,1180/€, desvalorizando 0,09%; a liba é cotada a US$ 1,3384/£, com ligeira apreciação de 0,03%. Os índices futuros das bolsas de Nova York exibem quedas significativas, nesta manhã, com as preocupações sobre as consequências da invasão da Ucrânia pelo exército russo. O futuro do Dow Jones recua 0,98%; S&P 500 cai 1,06%; Nasdaq desvaloriza 1,22%. Enquanto se avalia os próximos lances do conflito entre Rússia e Ucrânia, os investidores também acompanharão a divulgação de indicadores econômicos nos EUA, onde o destaque será a inflação medida pelo PCE de janeiro, que pode levar a inflação anual para 6,0%, segundo o consenso do mercado.

Os contratos futuros do petróleo operam em alta, se beneficiando das sanções impostas à Rússia, que é um dos maiores produtores mundiais da commodity. O contrato futuro do petróleo WTI para abril sobe 0,72% no momento, negociado a US$ 93,49/barril.

Na agenda doméstica, a FGV anuncia o IGP-M de fevereiro, que deve mostrar alta de 1,86% no mês e 16,16% em doze meses, reforçando o caráter resiliente do atual processo inflacionário. O Ibovespa deve buscar recuperação diante de um dia de menor tensão, enquanto o real pode voltar a se aproximar da cotação de R$ 5,00/US$ e os juros futuros recuarem.

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