Hoje na Economia – 25/04/2022

Hoje na Economia – 25/04/2022

A semana começa com clara aversão ao risco estampada nos principais ativos, derrubando os preços das ações, commodities e apreciando aqueles considerados seguros, como os títulos soberanos e ouro. Os temores em relação ao avanço da covid-19 na China, levando o governo a adotar rígidas medidas de lockdown em Pequim derrubaram as bolsas asiáticas, bem como as europeias e futuros americanos. Esse quadro agravou o sentimento dos investidores, já afetados negativamente pela perspectiva de aumentos de juros mais agressivos nos EUA.

As bolsas asiáticas contabilizaram fortes baixas, nesta segunda-feira, com as perdas lideradas pelos mercados da China, onde aguçaram as preocupações com o impacto da atual onda de covid-19, que já atinge a capital do país. Os sinais de piora da pandemia intensificaram os temores sobre a perda de fôlego da economia da China, que já tinha sido evidenciado nos dados de março. O índice Xangai Composto teve queda de 5,13%, a maior desde fevereiro de 2020. No Japão, o índice Nikkei caiu 1,90% em Tóquio, enquanto o Hang Seng recuou 3,73% em Hong Kong. O sul-coreano Kospi cedeu 1,76% em Seul, enquanto em Taiwan, o Taiex perdeu 2,37%. O índice regional de ações, MSCI Asia Pacific registrou queda de 2,1%, nesta segunda-feira.

Na Europa, a vitória de Emmanuel Macron, reafirmando um governo pró-mercado, favorável à União Europeia, não foi suficiente para impedir que as bolsas se contaminassem com o mau humor vindo da Ásia. Riscos de enfraquecimento maior da economia chinesa, queda nas cotações das commodities e aperto monetário nos EUA alimentam a fuga de ativos considerados mais arriscados. O índice pan-europeu de ações, STOXX600, cai 2,0% no momento, com destaque para a queda de ações das mineradoras e empresas de energia. Em Londres, o FTSE100 perde 2,24%; o CAC40 recua 2,28% em Paris; em Frankfurt, o DAX desvaloriza 1,64%.

A busca por ativos seguros levou a uma queda de nove pontos base no rendimento do T-Bond de 10 anos, que se situa em 2,81% ao ano, no momento. Corolário da busca por porto seguro é continuidade da valorização global do dólar. O índice DXY avança 0,29%, a 101,52 pontos. O euro é negociado a US$ 1,0747/€ (-0,49%); a libra é cotada a US$ 1,2733/£ (-0,83%) e a moeda japonesa vale 128,18 ¥/US$ valorizando 0,25%. Os índices futuros das bolsas de Nova York operam em baixa, sugerindo que os mercados à vista poderão estender as perdas da semana passada, onde pesaram os temores de uma alta mais agressiva dos juros por parte do Fed. Na agenda, além de poucos dados sobre atividade econômica, os investidores acompanharão a divulgação de balanços, com destaque para os resultados da Coca-Cola.

A maioria das commodities exibe forte queda nesta manhã. O índice geral de commodity da Bloomberg registra recuo de 1,95%. Os contratos futuros do petróleo também exibem baixas expressivas com os temores sobre a demanda pela commodity exacerbados pelo avanço da covid-19 na China. O contrato futuro do petróleo tipo WTI é negociado a US$ 97,65/barril, com queda de 4,33%.

O Ibovespa deve abrir em queda acompanhando o ambiente pouco propício ao risco, refletindo a queda nas commodities diante da expectativa de enfraquecimento adicional da economia da China. Os juros futuros devem aguardar a divulgação do IPCA-15 e IGP-M de abril nos próximos dias, para calibrar as apostas sobre o Copom, que se reúne na semana que vem. O dia não deve ser favorável ao real, diante da maior aversão ao risco que favorece a valorização global do dólar.

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