Hoje na Economia – 26/03/2020

Hoje na Economia – 26/03/2020

Bolsas ao redor do mundo têm dia de queda, após a forte alta dos últimos pregões (ocasionada por ajuda governamental), com receio do tamanho da queda da atividade mundial, que deve começar a ser conhecida com dados hoje. O pacote fiscal dos EUA, de US$ 2 trilhões (quase 10% do PIB), foi aprovado no Senado ontem à noite e foi enviado para a Câmara dos Representantes, onde a votação é prevista na sexta-feira, porém pode ser adiantada. O presidente dos EUA, Donald Trump, disse que tem pressa e assinaria sua aprovação imediatamente.

Na Ásia, as bolsas fecharam sem direção única. O índice MSCI Asia Pacific subiu 0,2%, mas com queda de -4,51% no índice Nikkei 225 de Tóquio, -0,60% na bolsa de Xangai, porém alta de 4,94% no SENSEX da Índia. O iene está se valorizando diante do dólar, 1,09%, cotado a ¥/US$ 110,01, e o yuan também, 0,36%, a 7,0868.

As bolsas europeias caem hoje. O índice pan-europeu STOXX recua -1,31%, com quedas de -1,79% no FTSE100 de Londres, -1,54% no CAC40 de Paris e -1,99% no DAX de Frankfurt. O Banco Central Europeu comprou € 55 bi de títulos governamentais hoje, e disse que descartou as regras que limitavam o quanto podiam comprar de cada país (algo que estava próximo de ocorrer no caso da Itália, por exemplo).  Os juros futuros europeus caem, com o bund alemão de 10 anos recuando 5 pb, para -0,31% a.a.. O euro, por sua vez, segue se valorizando diante do dólar, +0,57%, cotado a US$/€ 1,0944.

Os índices futuros das bolsas de Nova York têm recuo pela manhã, com o S&P500 caindo -1,28% agora. O juro futuro americano está caindo 7 bp no caso do título de 10 anos, a 0,80% a.a.. O dólar está se desvalorizando diante das outras moedas, em especial de países desenvolvidos, com o índice DXY caindo -0,65%. Hoje sairão diversos dados sobre atividade nos EUA, mas o de maior destaque é o de pedidos de seguro desemprego. Expectativas do mercado indicam que esses pedidos devem ter subido de 281 mil na semana passada para 1,6 milhão nessa semana, ultrapassando de longe o máximo atingido em 2008-2009 (650 mil).

Os preços das commodities hoje não têm comportamento único, alternando baixas e altas em cada produto. O índice geral da Bloomberg tem recuo de -0,50%, devido em especial à queda de -2,12% no preço do petróleo tipo WTI, cotado a US$ 23,95/barril.

Na agenda doméstica, hoje sairá o IBC-Br relativo a janeiro. A expectativa do mercado é de alta de 0,4% M/M e 1,1% A/A. Além disso, hoje será divulgado o Relatório Trimestral de Inflação do Banco Central, que pode conter mais informações sobre as decisões do Copom, como projeções iniciais para PIB de 2020 e talvez mais detalhes sobre o corte maior de Selic que foi mencionado na ata como discutido durante a reunião, mas não aprovado como decisão. A bolsa brasileira deve recuar hoje, junto com as do restante do mundo, após a forte alta dos últimos dias. O real deve se valorizar diante do dólar, enquanto os juros futuros devem recuar.

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