Hoje na Economia 27/02/2019

Hoje na Economia 27/02/2019

Edição 2204

27/02/2019

Mercados operam com cautela, nesta quarta-feira, em meio ao aumento das tensões geopolíticas decorrentes das escaramuças entre Índia e Paquistão, ao mesmo tempo em que se acompanha a reunião entre os presidentes dos EUA e Coreia do Norte sobre controle de armas nucleares norte-coreanas.

Investidores também aguardam pelo segundo pronunciamento do presidente do Fed, Jerome Powell, em seu testemunho semestral frente ao Congresso americano, desta vez, na Câmara. Ontem, no Senado, Jerome Powell reiterou que o Fed passou a adotar uma postura monetária mais "paciente" diante de sinais de desaceleração econômica, deixando em aberto o próximo movimento da política monetária.

Na Ásia, bolsas de ações iniciaram os negócios em alta, mas inverteram a tendência à medida que notícias confirmavam o agravamento do confronto bélico entre Índia e Paquistão. O índice benchmark da região, MSCI Asia Pacific fechou, praticamente, estável, após uma abertura em alta. Na China, o índice Xangai Composto subiu 0,42%, enquanto o Hang Seng caiu 0,05% em Hong Kong. No Japão, o Nikkei avançou 0,50% em Tóquio, enquanto o sul-coreano Kospi registrou alta de 0,37%. Em Taiwan, o Taiex teve queda marginal de 0,02%. O aumento da percepção ao risco levou ao fortalecimento do iene ante ao dólar, que é negociado a 110,41 ienes nesta manhã, contra 110,55 ienes de ontem à tarde.

O aumento das tensões política na Ásia também alimenta a aversão ao risco na Europa, levando as bolsas da região a iniciar os negócios no vermelho. Após quatro sessões de ganhos, o índice pan-europeu de ações, STOXX600, exibe queda de 0,53% nesta manhã. Em Londres, o FTSE100 registra queda de 0,64%; o CAC40 perde 0,32% em Paris; em Frankfurt o DAX recua 0,76%. O euro é negociado a US$ 1,1391, recuando ante ao valor de US$ 1,1394 do fim da tarde de ontem.

Em meio às questões políticas, alimentando a aversão ao risco nesta manhã, o investidor espera algum alívio vindo da segunda parte do testemunho de Jerome Powell, hoje na Câmara. Ainda que com sua política monetária "paciente" ajude acalmar os ânimos, não se espera que ele forneça qualquer indicação de que o Fed esteja pronto para alterar o sinal de sua política monetária, nos próximos meses. Repetirá o que foi dito ontem no Senado. Os índices futuros de ações da bolsa de Nova York operam no vermelho, neste momento, apontando para uma abertura com quedas significativas. O índice futuro do Dow Jones recua 0,34% nesta manhã; do S&P 500 perde 0,32%; Nasdaq cai 0,32%. O juro pago pelo T-Bond de 10 anos caiu para 2,638% de 2,642% no fim da tarde de ontem. O índice DXY, que segue o valor da moeda americana diante de uma cesta de seis moedas fortes, tem recuo moderado (-0,05%), com investidores ainda indecisos sobre qual a melhor estratégia a adotar diante de um cenário volátil marcado por questões geopolíticas.

No mercado de petróleo, os contratos futuros operam em alta firme por conta do agravamento das tensões entre Índia e Paquistão, bem como por relatórios, elaborados pela American Petroleum Institute (API), mostrando queda nos estoques americanos. O contrato futuro do petróleo tipo WTI é cotado a US$ 56,17/barril, com valorização de 1,21%, nesta manhã.

A Bovespa deve se movimentar entre as notícias sobre as tratativas políticas em torno da tramitação da reforma da Previdência na Câmara e o mau humor que impera nos mercados internacionais, que amanhece com clara aversão ao risco estampada pela queda das principais bolsas mundiais. Dia de dólar mais forte ante ao real e juros futuros pressionados. Os contratos mais curtos poderão sofrer influência da divulgação da taxa de desocupação de janeiro, captada pela PNAD Contínua do IBGE. Segundo o consenso do mercado, a taxa de desemprego deve ficar em 11,9% no trimestre terminado em janeiro. Uma taxa mais elevada do que a esperada sinalizará maior ociosidade na economia, favorecendo apostas em quedas futuras da taxa Selic.

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