Hoje na Economia – 27/08/2021

Hoje na Economia – 27/08/2021

Os mercados exibem baixas oscilações, nesta manhã, com investidores cautelosos, à espera por sinalizações no Simpósio de Jackson Hole, que possam oferecer uma visão sobre a estratégia do Fed quanto à redução de seu programa de compra de ativos. O direcional que o discurso de Jerome Powell deve seguir, no encontro, está longe de um consenso. Recuperação da economia e inflação elevada contribuem para a normalização da política monetária. Por outro lado, a rápida disseminação da cepa do vírus delta, o aumento das infecções, pode determinar um ritmo de crescimento abaixo do que se imaginava antes. São pontos que podem limitar um ímpeto mais hawkish por parte de Jerome Powell em seu discurso que ocorrerá às 11h de Brasília.

Na Ásia, as bolsas não mostraram um denominador comum. Fecharam em direções distintas, com investidores à espera de novos sinais sobre o futuro da política monetária do Fed. No Japão, o índice Nikkei fechou em queda de 0,36% em Tóquio, enquanto o Hang Seng registrou leve queda (-0,03%) em Hong Kong. O sul-coreano Kospi avançou 0,17% em Seul, enquanto em Taiwan, o Taiex subiu 0,84%. Na China, boatos sobre nova rodada regulatória por parte de Pequim. Desta vez, sobre a proibição de as indústrias de tecnologia abrir capital nos EUA. Além disso, os lucros da indústria chinesa desaceleraram de 20% a/a em junho para 16,4% a/a em julho, em mais um sinal de perda de fôlego da economia. No mercado de moedas, o iene se mantém estável em ¥ 110,09/US$.

Na Europa, as bolsas operam em modo muito semelhante ao observado na Ásia. Muita cautela, enquanto se espera pelo discurso de Jerome Powell. O índice pan-europeu de ações, STOXX600, registra alta discreta de 0,04%, no momento. Em Londres, o FTSE100 tem alta marginal de 0,04%; o CAC40 recua -0,05% em Paris; em Frankfurt, o DAX flutua em torno da estabilidade. O euro é negociado a US$ 1,1752/US$, sem direcional claro.

No mercado americano, além da expectativa em torno do encontro dos banqueiros centrais em Jackson Hole, investidores também acompanharão a divulgação da inflação medida pelo deflator dos gastos pessoais (PCE) de julho. Segundo as estimativas dos analistas, o PCE deve mostrar alta de 4,1% em termos interanuais, enquanto o seu núcleo (Core PCE) deve subir 3,5% na mesma métrica. Também serão conhecidos dados de renda e consumo pessoal, ambos de julho, e a leitura final do índice de confiança do consumidor de agosto. Nesta manhã, os juros dos Treasuries operam sem direção única. O yield do T-Bond de 10 anos flutua em torno de 1,34% ao ano. O índice DXY do dólar também não mostra tendência, nesta manhã, situando-se em 93,05 pontos (-0,04%). Os índices futuros das bolsas de Nova York apontam para uma abertura positiva para o mercado à vista. O futuro do Dow Jones sobe 0,24% no momento; S&P 500 avança 0,32%; Nasdaq registra valorização de 0,29%.

Os contratos futuros de petróleo registram alta nesta manhã. Foco na aproximação de um possível furacão no Golfo do México neste fim de semana, que pode interromper a produção. O contrato futuro do petróleo tipo WTI para outubro sobe 1,50% no momento, negociado a US$ 68,44/barril.

Os mercados domésticos também devem operar à espera do discurso de Jerome Powell. Qualquer sinalização mais hawkish pelo dirigente do Fed deve pesar sobre os ativos domésticos, já prejudicados pelo imbróglio político interno. Avolumam-se boatos sobre pressões do Centrão sobre o presidente Bolsonaro para antecipar a reforma ministerial, prevista para abril de 22, quando muitos terão que deixar os cargos para disputar eleições. O fatiamento do ministério da Economia está no foco do Centrão.

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