Hoje na Economia 27/11/2018

Hoje na Economia 27/11/2018

Edição 2144

27/11/2018

Ambiente de aversão ao risco volta a tomar conta dos negócios, nesta terça-feira, acompanhando a escalada protecionista do presidente americano, Donald Trump. A ameaça de tributar a importação de iPhone em 10% a partir de janeiro, dito ontem a um jornal americano, pode ser considerada uma bravata para preparar o terreno para o encontro com Xi Jinping no âmbito do G-20 neste final de semana, mas coloca os investidores na defensiva. Ganha força a percepção de que Trump poderá levar adiante a intenção de tributar os US$ 200 bilhões de importações chinesas restantes no início de 2019, ampliando a guerra comercial.

Na Ásia, mercados de ações acompanharam o tom positivo das bolsas de Nova York ontem, fechando majoritariamente em alta, ignorando os comentários do presidente Trump, que praticamente reduziram as chances de uma possível trégua comercial com a China. Em Tóquio, o índice Nikkei subiu 0,64%, impulsionado por ações das empresas petrolíferas e seguradoras. Na capital sul-coreana, Seul, o forte desempenho de montadoras e construtoras levaram o índice Kospi a subir 0,79%. Em Taiwan, o Taiex registrou leve alta de 0,14%. Na China, o índice Composto de Xangai teve baixa marginal de 0,04%. Em Hong Kong, o Hang Seng fechou o dia com queda de 0,17%. No mercado de moedas, o dólar é negociado a 113,57 ienes, pouco abaixo de 113,60 ienes de ontem à tarde.

Os contratos futuros dos principais índices de ações da bolsa de Nova York operam no vermelho, nesta manhã: o futuro do Dow Jones recua 0,21%; do S&P 500 cai 0,25%; do Nasdaq perde 0,39%. O juro pago pela Treasury de 10 anos flutua em torno de 3,051% ao ano sem tendência clara, enquanto o índice DXY mostra ligeira valorização do dólar ante as principais moedas. Investidores mostram-se cautelosos, à espera da divulgação da ata do Fomc, bem como do discurso de Jerome Powell em Dallas, ambos os eventos ocorrendo amanhã. Espera-se por indicações sobre a possibilidade de o Fed efetuar uma pausa no aperto monetário em 2019.

A Europa ignora a tendência ditada pelos mercados asiáticos, levada por postura cautelosa diante não só do aumento das tensões comerciais entre EUA e China, como pelas dificuldades que a primeira ministra Theresa May encontra para aprovar o Brexit no parlamento inglês. O índice STOXX600 opera com queda discreta de 0,10%, nesta manhã. Principais bolsas da região mostram também recuos moderados: Londres -0,06%; Paris -0,04% e Frankfurt -0,02%. O euro é negociado a US$ 1,1312, com queda de 0,09% diante da moeda americana.

O mercado de commodities opera no vermelho, nesta terça-feira. O índice Geral de Commodity Bloomberg registra queda de 0,82%, no momento. Os contratos futuros do minério de ferro atingiram o menor nível em quatro meses, diante da fraca demanda mundial. O setor siderúrgico enfrente ventos contrários diante do esfriamento do mercado automotivo, enquanto o investimento em infraestrutura na China permanece em queda. No mercado de petróleo, o contrato futuro para o produto tipo WTI recua 1,28% nesta manhã, sendo cotado a US$ 51,17/barril.

Riscos de acirramento das tensões comerciais entre EUA e China e quedas fortes nos preços do minério de ferro e petróleo devem impactar negativamente a Bovespa no pregão de hoje. No mercado de câmbio, Banco Central agiu tempestivamente ao anunciar leilões de linha para hoje, visando atenuar a alta global do dólar que atinge os emergentes.

Topo