Hoje na Economia 28/02/2018

Edição 1960

28/02/2018

Continuam repercutindo os comentários, considerados hawkish, do presidente do Fed, Jerome Powell, efetuados ontem no Congresso americano. Powell demostrou otimismo com a economia dos EUA, realimentando especulações de que o Fed poderá elevar os juros quatro vezes ao longo de 2018, e não apenas três vezes como havia previsto no Fomc de dezembro. A percepção de um Fed mais conservador alimenta a aversão ao risco, nesta quarta-feira.

Na Ásia, as bolsas da região registraram perdas acentuadas no pregão de hoje, acompanhando a queda das bolsas de Nova York após o testemunho dado por Powell no Congresso. O índice MSCI Asia Pacific fechou com queda de 1,1%. Em Tóquio, o índice Nikkei caiu 1,44%, encerrando fevereiro com perda acumulada de 4,5%, maior queda desde junho de 2016. Contribuiu também para o resultado negativo de hoje, a decisão do Banco do Japão (BoJ) de reduzir as compras de dívida de longo prazo na oferta que fará nos próximos dias. O dólar recuou para 107,09 ienes de 107,39 ienes de ontem à tarde. Na China, o índice Xangai Composto recuou 0,99%, fechando o mês com queda acumulada de 6%. Em Hong Kong, o Hang Seng perdeu 1,36% nesta quarta-feira; em Seul, o Kospi fechou com recuo de 1,17%; em Taiwan, feriado fechou mercado local.

Na Europa, os mercados de ações acompanharam seus congêneres asiáticos, sendo afetados também pela aversão ao risco causada pelos comentários hawkish de Jerome Powell. O índice pan-europeu de ações, STOXX600, opera com queda de 0,19%, nesta manhã. Em Londres, o FTSE100 perde 0,25%; em Paris, o CAC40 recua 0,27%; em Frankfurt, o DAX perde 0,23%. O euro é negociado a US$ 1,2218, caindo ante a cotação de US$ 1,2234 no fim da tarde de ontem.

No mercado americano, as taxas de juros dos papeis longos subiram após a sinalização de um aperto monetário mais forte por parte do presidente do Fed. O juro pago pelo T-Bond de 10 anos voltou a ficar acima de 2,90%, após ter recuado para 2,866% antes da fala de Jerome Powell. O dólar mostra ligeira tendência de alta, captado pelo avanço de 0,20% do índice DXY, nesta manhã. Os futuros dos principais índices de ações americanos apontam para um dia de recuperação, após as quedas de ontem. O futuro do Dow Jones avança 0,20%; o S&P 500 ganha 0,24%; Nasdaq sobe 0,14%.

No mercado de petróleo, os contratos futuros operam em queda nesta manhã, refletindo o aumento dos estoques americanos reportados pela American Petroleum Institute (API) ontem. Nesta manhã, o contrato futuro do petróleo tipo WTI é negociado a US$ 62,95/barril, com queda de 0,10%.

A Bovespa deve seguir a tendência ditada pelas bolsas de ações de Nova York, ao mesmo tempo em que absorve a queda nos preços do petróleo e a divulgação do balanço da Vale. O IBGE divulga a taxa de desemprego de janeiro, captada pela pesquisa PNAD Contínua, que deve ficar em 12%, segundo as projeções do mercado. O setor público consolidado deve mostrar superávit primário de R$ 34,9 bilhões em janeiro segundo as estimativas, que se compara ao superávit de R$ 36,7 bilhões apurados em igual mês de 2017.