Hoje na Economia 28/10/2020

A aversão ao risco volta a predominar no dia de hoje, com as preocupações com o atual curso da retomada da economia global diante das severas medidas de restrições adotadas para conter o agravamento da pandemia de coronavírus em diversas partes da Europa e EUA. Pesam também sobre os ativos de riscos as incertezas sobre as eleições presidenciais americanas, na próxima semana.

Na Ásia, as bolsas de ações fecharam sem direcional único, em meio à cautela decorrente desse ambiente incerto causado pelo avanço da pandemia e eleições americanas. O índice regional MSCI Asia Pacific fechou o dia com queda de -0,10%. No Japão, o índice Nikkei caiu -0,29% em Tóquio, diante da valorização do iene decorrente do ambiente de maior aversão ao risco. O dólar é negociado a 104,27 ienes, contra 104,59 ienes do final da tarde de ontem. Em Hong Kong, o Hang Seng recuou -0,32%, enquanto o Taiex registrou queda de -0,63% em Taiwan. Na China, os mercados operaram em alta pelo segundo pregão consecutivo. O Xangai Composto se valorizou 0,46%, enquanto o sul-coreano Kospi fechou o dia com alta de 0,62% em Seul.

Na Europa, os índices acionários das principais bolsas da região começaram o dia sinalizando pesadas quedas. Além dos efeitos negativos sobre a recuperação da economia da zona do euro causados pelas medidas de quarentena e isolamento social adotadas em vários países para conter a nova onda de infecções, o humor dos investidores também é afetado pela divulgação de importantes balanços corporativos. O índice pan-europeu de ações, STOXX600, opera em baixa de -2,04%, no momento. Em Londres, o FTSE100 recua -1,87%; O CAC40 cai -2,83% em Paris; em Frankfurt, o DAX registra perda de -2,76%. O euro é cotado a US$ 1,1753, se desvalorizando -0,36%, nesta manhã.

No mercado americano, os índices futuros das bolsas de Nova York sinalizam para uma abertura em queda acentuada nesta manhã de quarta-feira. O futuro do índice Dow Jones cai -1,52%; S&P recua -1,23%; Nasdaq registra queda de -0,94%. O juro pago pela T-Bond de 10 anos recua um ponto base para 0,76% ao ano. Em dia de forte aversão ao risco, o dólar se valoriza frente às principais moedas. O índice DXY sobe 0,37%, no momento, situando-se em 93,29 pontos.

Os contratos futuros de petróleo operam com forte baixa, nesta manhã. Além do aumento nos estoques da commodity nos EUA na semana passada, pesam também preocupações quanto à sustentação da demanda por petróleo em meio ao avanço da pandemia de coronavírus. Nesta manhã, o contrato futuro do petróleo tipo WTI, para dezembro, é negociado a US$ 38,09/barril, com recuo de -3,77%.

No mercado doméstico, o foco hoje é para a reunião do Copom, que ao final do dia (18h) anuncia a nova taxa Selic. O comitê deverá manter a Selic estável em 2% ao ano, conforme avaliação unânime dos analistas do mercado. Importante deverá ser o comunicado, que deverá mostrar preocupação com o atual avanço da inflação e com as indefinições que envolvem o quadro fiscal. Em dia de aversão ao risco, acentuada internamente com o quadro político desfavorável ao avanço das reformas, a Bovespa deve abrir em baixa, o dólar se valorizar e os juros futuros longos subirem.