Hoje na Economia 29/08/2016

Edição 1591

29/08/2016

Mercados iniciam os negócios, nesta segunda-feira, cautelosos, digerindo as afirmações de Stanley Fischer na sexta-feira, que avaliou as declarações de Janet Yellen como compatíveis com dois aumentos dos juros ainda este ano.

Quase impensável há dois meses, a possibilidade de alta dos juros na reunião de setembro voltou com força. A probabilidade de alta dos fed funds na reunião do próximo mês saltou de 22%, na quinta-feira, para 42%, neste momento.

Esse cenário favorece a moeda americana que se fortalece frente às principais moedas, ao mesmo tempo em que os ativos e moedas dos emergentes aprofundam a queda. O índice DXY sobe 0,10% no momento, encontrando-se em 95,618 pontos, enquanto o juro pago pelo T-Bond de 10 anos situa-se em 1,611% ao ano, com recuo de 1,17%, refletindo ajustes de posições. O índice futuro de ações S&P 500 registra discreto recuo (-0,8%), no momento.

Na Ásia, as bolsas de ações fecharam majoritariamente em baixa, nesta segunda-feira, influenciadas pela possibilidade de novas altas de juros nos EUA. O índice MSCI Asia Pacific, excluindo o Japão, recuou 0,80%. A principal exceção foi a bolsa de Tóquio, que garantiu fortes ganhos em meio ao enfraquecimento do iene frente ao dólar. O índice Nikkei fechou o pregão com ganho de 2,30%. O dólar é negociado a 102,14 ienes, contra 101,81 ienes no fim da tarde de sexta-feira. Na China, a bolsa de Xangai fechou estável, com o Xangai Composto apurando queda de apenas 0,01%. Em Hong Kong, o índice Hang Seng caiu 0,38%, no pregão de hoje.

Na Europa, mercados de ações também operam no vermelho, enquanto os investidores procuram avaliar os próximos passos da política monetária americana. O índice de ações pan-europeu, STOXX600 opera com queda de 0,48% no momento. Em Paris, o índice CAC40 recua 1,02%; em Frankfurt o DAX perde 0,79%. Em Londres, mercados fechados por conta de feriado. O euro é cotado a US$ 1,1184, contra US$ 1,1199 no final da sexta-feira.

No mercado de commodities, o petróleo tipo WTI para entrega em outubro registra recuo de 1,49%, no momento, sendo negociado a US$ 46,92/barril. O índice geral de commodity da Bloomberg apresenta queda de 0,60%, com destaque para metais básicos (-0,05%) e agrícolas (-0,88%).

No Brasil, além dos efeitos sobre as perspectivas da possibilidade de elevação dos juros americanos nos próximos meses, a volatilidade dos ativos locais se manterá elevada diante do cenário político conturbado. Hoje prossegue o julgamento do impeachment, que terá seu momento mais agudo, com o comparecimento de Dilma Rousseff no Senado. A postura cautelosa frente aos ativos brasileiros também se explica pela crescente desconfiança quanto à capacidade do governo Temer de impor a agenda do ajuste fiscal necessária para recolocar a economia brasileira na trajetória de crescimento nos próximos anos.