Hoje na Economia – 29/09/2020

Hoje na Economia – 29/09/2020

Os principais mercados acionários internacionais operam em queda pela manhã, após as fortes altas dos últimos dias, com receio ainda em relação à política dos EUA. Hoje ocorre o primeiro debate presidencial e os investidores ainda aguardam para ver se os partidos Democrata e Republicano chegam a um acordo no Congresso sobre o plano de incentivo fiscal, agora de US$ 2,4 tri.

Na Ásia, a maioria das bolsas fechou em alta, com o índice regional MSCI Asia Pacific ficando estável. Houve avanço de 0,12% no índice Nikkei225 do Japão, 0,21% na bolsa de Xangai e 0,86% no KOSPI da Coreia do Sul. Por outro lado, houve queda de -0,85% no Hang Seng de Hong Kong. O iene está se desvalorizando diante do dólar, -0,12%, cotado a ¥/US$ 105,63.

Na Europa, as bolsas operam todas em queda. Há contração de -0,43% no índice pan-europeu STOXX600, -0,57% no FTSE100 de Londres, -0,31% no CAC40 de Paris e -0,59% no DAX de Frankfurt. O euro está se valorizando diante do dólar, +0,21%, cotado a US$/€ 1,1690. As prévias de inflação regional na Alemanha ficaram em sua maioria entre 0,1 e 0,2 pp abaixo do esperado. O indicador de confiança econômica da Zona do Euro veio acima da mediana de projeções (91,1 contra 89,0), avançando também em relação ao mês passado (87,5).

Nos Estados Unidos, os índices futuros de ações operam perto da estabilidade: 0,00% no caso do Dow Jones e NASDAQ e +0,01% no S&P50, se acomodando após a forte alta vista ontem, de mais de 1,5%. Os juros futuros recuam levemente, com o yield da Treasury de 10 anos caindo 1 pb, para 0,65% a.a.. O dólar está perdendo valor, com o índice DXY caindo -0,17%, mas isso ocorre principalmente contra moedas de países desenvolvidos. Hoje será divulgado o índice de confiança do consumidor do Conference Board, com expectativa de alta de 84,8 para 90,0.

Os preços de commodities operam sem direção única, com o índice geral da Bloomberg recuando -0,36%. A queda ocorre principalmente no mercado de energia, com o preço do barril tipo WTI a US$ 40,42, um recuo de -0,44%. Há queda também em preços agrícolas, como a soja (-0,35%). Por outro lado, commodities metálicas sobem, como ferro (+0,13%), cobre (+0,41%) e níquel (+1,80%).

No Brasil, o IGP-M de setembro saiu, ficando ligeiramente abaixo do esperado (4,34% M/M contra 4,43% M/M). Hoje será divulgado o resultado fiscal do governo central de agosto, com mediana de projeções de R$ -101,3 bi. Ontem o mercado doméstico reagiu muito mal à proposta fiscal do governo, com a criação do programa Renda Cidadã sendo financiada pela limitação do pagamento de precatórios e com parte recaindo sobre o FUNDEB, que está fora do teto de gastos. Essas medidas foram vistas como indicações da incapacidade do governo em reduzir outros tipos de despesas permanentes, sendo também sinalização ruim para respeito a contratos e como exercício de contabilidade criativa para burlar o teto de gastos. Alguns representantes do governo já começam a descartar a ideia, dado o tamanho da receptividade negativa. Enquanto o governo não desiste oficialmente da medida, os mercados domésticos devem seguir pressionados, em especial o de juros futuros e a bolsa. O real deve seguir se desvalorizando diante do dólar, afetado também por questões globais.

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