Hoje na economia – 29/10/2020

Hoje na economia – 29/10/2020

Bolsas mundiais têm leve alta hoje, recuperando-se apenas parcialmente das fortes quedas vistas ontem, em muitos casos as maiores contrações desde junho. As preocupações com a segunda onda de Covid-19 na Europa e medidas para aumentar o distanciamento social ainda pesam sobre os mercados, mas hoje o foco fica sobre política monetária, com a reunião do BCE podendo indicar maior estímulo para combater esses efeitos.

Na Ásia, as bolsas de ações fecharam em queda. O índice regional MSCI Asia Pacific caiu -0,3%, com recuos de -0,37% no Nikkei225 do Japão, -0,49% no Hang Seng de Hong Kong e -0,79% no KOSPI de Seul. A bolsa de Xangai, por sua vez, subiu 0,11% hoje. O iene está se valorizando diante do dólar, +0,25%, cotado a ¥/US$ 104,06. O Banco do Japão manteve o nível de estímulo monetário na reunião de hoje, mas disse que está pronto para atuar para lidar com a maior incerteza da economia devido aos novos impactos de Covid-19.

Na Europa, as bolsas se recuperam parcialmente das fortes quedas vistas ontem. O índice pan-europeu STOXX600 sobe 0,36%, havendo altas de 0,20% no FTSE100 de Londres, 0,22% no CAC40 de Paris e 0,49% no DAX de Frankfurt. O euro está se depreciando, -0,17% contra o dólar, cotado a US$/€ 1,1725, com a espera de um comunicado mais dovish do BCE hoje. A libra, por sua vez, sobe 0,10% contra a moeda americana, cotada a US$/£ 1,2997, com a expectativa de avanço nas reuniões sobre Brexit. O indicador de confiança econômica da Zona do Euro veio ligeiramente acima do esperado em outubro (89,6), mas ficou estável em relação ao mês anterior, em 90,9.

No mercado americano, os índices futuros de Nova York sobem no momento. Há altas de 0,54% no Dow Jones, 0,60% no S&P500 e 0,92% no NASDAQ. O dólar está ganhando valor contra as principais moedas, com o índice DXY subindo 0,14%. Os juros futuros estão em ligeira alta, com o yield da Treasury de 10 anos subindo 0,4 pb, para 0,777% a.a.. Hoje será divulgado o PIB do 3º trimestre nos EUA, com expectativa de crescimento recorde de 32% T/T anualizado (equivalente a 8% T/T, recuperando-se parcialmente da queda de -9% T/T vista no trimestre anterior).

Os preços de commodities destoam do restante dos mercados, caindo consideravelmente hoje. O índice geral da Bloomberg cai -0,83%, com recuo em quase todos os preços. O petróleo tipo WTI, por exemplo, cai -3,85%, com o barril sendo negociado a US$ 35,95. As menores quedas ocorrem em metais preciosos (ouro -0,06%, prata -0,53%), e as maiores, excetuando energia, ocorrem em metais industriais (cobre -0,74%, níquel -3,74%).

No mercado doméstico, o Copom ontem manteve a taxa de juros em 2% e seu forward guidance, em uma decisão que deve ser encarada como dovish pelo mercado. O Copom reconheceu que a inflação deve ficar mais elevada no curto prazo, e disse que vai ficar atento a ela, mas não acha que ela deve afetar as projeções de médio e longo prazo. O IGP-M de outubro será divulgado hoje, devendo ter desacelerado em relação ao mês anterior, mas ainda ficado bastante elevado (3,11% contra 4,34%). O resultado fiscal do governo central de setembro deve ter ficado menos deficitário, em R$ -79,8 bi contra R$ -96,1 bi de agosto. A bolsa brasileira deve se comportar como o restante do mundo e se recuperar parcialmente da queda vista ontem. O real deve se depreciar, devido ao tom ainda dovish do BC em relação ao que parte do mercado queria e à queda de preços de commodities. Os juros futuros devem cair nos prazos curtos, mas subir nos mais longos.

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