Hoje na Economia – 29/10/2021

Hoje na Economia – 29/10/2021

As principais bolsas da Europa, Ásia e futuros americanos operam em baixa, nesta sexta-feira. O humor dos investidores, não só é afetado pelos fracos resultados corporativos divulgados ontem nos EUA, mas também pelo gradual deslocamento do foco do mercado de ações para o de títulos soberanos, diante de um cenário de inflação em alta e sinais de aperto monetário pelos bancos centrais.

Na Ásia, a tendência de baixa foi mantida pelo terceiro pregão consecutivo. O índice MSCI Asia Pacific após quedas acentuadas ao longo da sessão, fechou em baixa de 0,40%, captando as baixas das ações de grandes empresas de tecnologia. A bolsa sul-coreana liderou a queda na região, o índice Kospi registrou queda de 1,29% em Seul, enquanto o Hang Seng perdeu 0,70% em Hong Kong. As bolsas chinesas ficaram entre as maiores ganhadoras, com o Xangai Composto fechando o dia com valorização de 0,82%. Em Tóquio, o índice Nikkei subiu 0,25% nesta sexta-feira.

Na Europa, os mercados acionários iniciaram o pregão no vermelho, enquanto avaliam os dados de atividade econômica e inflação divulgados hoje, que devem reforçar o cenário de que a alta dos juros já está no radar. Ontem, a presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, fez uma tímida defesa da atual política monetária, o que reforçou as apostas do mercado que o aperto monetário está próximo. O índice pan-europeu de ações, STOXX600, recua 0,47%, no momento. Em Londres, o FTSE100 cai 0,28%; o CAC40 perde 0,31% em Paris; em Frankfurt, o DAX desvaloriza 0,71%. Entre os dados de atividade já divulgados, destaque para o PIB da Alemanha que cresceu 1,8% no 3º trimestre ante o segundo, vindo abaixo das projeções. A taxa anual de inflação ao consumidor (CPI) da zona do euro atingiu 4,1% em outubro, subindo em relação à alta de 3,4% de setembro. O euro devolveu boa parte dos ganhos de ontem, sendo cotado a US$ 1,1649/€, desvalorizando 0,27%, nesta manhã.

No mercado americano, os fracos resultados reportados pela Apple e Amazon continuam repercutindo, empurrando para o vermelho os futuros das principais bolsas de Nova York. No momento o índice futuro do Dow Jones registra queda de 0,14%; S&P 500 cai 0,53%; Nasdaq recua 0,85%. O juro dos títulos americanos avança em meio à expectativa de que o Fed anuncie o início do “tapering” em sua reunião de política monetária, na semana que vem. As apostas na alta de juros já resultaram na inversão das curvas de juros entre 20 e 30 anos, pela primeira vez desde o início de 2020. No momento, o juro do Treasury de 10 anos sobe dois pontos base, para 1,60% ao ano. O índice DXY do dólar opera em alta, nesta manhã, situando em 93,47 pontos, com valorização de 0,14%. A libra é negociada a US$ 1,3769/£, depreciando 0,15%, enquanto o iene é trocado a 113,72 ¥/US$, apreciando 0,12%. Na agenda americana, os investidores devem monitorar os dados de gasto e consumo pessoal, bem como a inflação captada pelo PCE, todos referentes ao mês de setembro.

As cotações de petróleo flutuam entre ganhos e perdas nesta manhã. No momento, o contrato futuro do petróleo tipo WTI, para dezembro, exibe queda discreta de 0,10%, sendo negociado a US$ 82,73/barril.

Os mercados domésticos devem continuar operando descolados do exterior, com preocupações crescentes por conta do ambiente político conturbado, sem definição para o financiamento do programa Auxílio Brasil, o que pode levar a soluções que acentuem a fragilidade do quadro fiscal. Hoje, a semelhança de ontem, dólar deve permanecer em alta, juros em níveis elevados e a Bovespa sem fôlego para retomar uma trajetória sustentada de alta.

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