Hoje na Economia – 31/08/2021

Hoje na Economia – 31/08/2021

Mercados financeiros seguem majoritariamente em alta, com menor receio de investidores em relação a mudanças muito bruscas na política monetária americana após as falas dos últimos dias no simpósio de Jackson Hole, e com resultados corporativos bons.

Na Ásia, as bolsas seguiram em alta, com o índice regional MSCI Asia Pacific avançando mais de 1,2%. Houve altas de 1,08% no Nikkei225 de Tóquio, 1,33% no Hang Seng de Hong Kong, 0,45% na bolsa de Xangai e 1,75% no KOSPI de Seul. As bolsas chinesas tiveram alta mesmo com mais intervenções do governo, dessa vez no mercado imobiliário, para conter alta nos preços de aluguéis, e com dados piores nos PMIs (índices de gerentes de compras). O PMI de manufatura ficou ligeiramente abaixo da expectativa (50,1 contra 50,2), enquanto o de serviços ficou bem abaixo do esperado (47,5 contra 52,0), refletindo maiores problemas com a variante Delta de Covid-19. No mercado de moedas, o iene está praticamente estável diante do dólar, valorizando-se 0,01%, cotado a ¥/US$ 109,91.

Na Europa, a maioria das bolsas opera em alta. Há avanços de 0,21% no CAC40 de Paris, 0,62% no DAX de Frankfurt e 0,18% no índice pan-europeu STOXX600. Por outro lado, há queda de -0,13% no FTSE100 de Londres. O euro está se valorizando diante do dólar, +0,22%, cotado a US$/€ 1,1824. A inflação ao consumidor na Zona do Euro em agosto veio acima do esperado, com variação de 0,4% M/M e 3,0% A/A contra expectativa de 0,2% M/M e 2,7% A/A. O núcleo de preços também veio acima do esperado (1,6% A/A contra 1,5% A/A), acelerando em relação ao 0,7% A/A visto no mês anterior.

Nos EUA, os índices futuros de ações operam em alta, alcançando novamente máximas históricas. O futuro do Dow Jones sobe 0,20%, o do S&P500 0,19% e do NASDAQ 0,24%. O dólar está perdendo valor diante de outras moedas, com o índice DXY recuando -0,12%. Os juros futuros têm pequena alta, de menos de 1 pb no caso do yield da Treasury de 10 anos, para 1,2852% a.a.. A agenda econômica contempla hoje o índice de confiança do consumidor do Conference Board, que deve ter recuado em agosto de 129,1 para 123,0. Dados de preços de imóveis também sairão, com expectativa de manutenção no ritmo de alta mensal de 1,8% a 1,9% em junho.

Os preços de commodities operam sem direção única. O índice de commodities da Bloomberg tem queda de -0,07%, influenciado por variações negativas fortes de alguns itens. O petróleo tipo WTI cai -1,10%, cotado a US$ 68,45/barril, dias antes da reunião da OPEP+, que pode aumentar a oferta do produto. O minério de ferro cai -2,47%, com mais ações do governo chinês para conter a poluição no país. Também há quedas em importantes commodities agrícolas, como milho (-0,18%) e trigo (-0,66%). Por outro lado, o cobre sobe 1,19% e o níquel 1,27%.

No Brasil, hoje a taxa de desemprego de junho será divulgada, devendo ficar em 14,4%, contra 14,6% do mês anterior. O resultado primário do setor público de julho deve mostrar déficit bem menor que de junho (R$ -16 bi, contra R$ -65,5 bi). O anúncio da ANEEL sobre aumento de bandeira tarifária não deve ocorrer hoje, a pedido do Executivo, devendo acontecer semana que vem, mas com efeitos retroativos, devido a questões políticas ligadas ao 7 de setembro. A proposta orçamentária de 2022 deve ser enviada pelo Executivo ao Congresso hoje, com expectativa de déficit primário menor, de cerca de 0,5% do PIB, e contemplando provavelmente o pagamento integral dos precatórios decididos pela Justiça (R$ 89,1 bi) e não contendo o programa Auxílio Brasil. O orçamento deve ser revisto ao longo do ano pelo Legislativo para lida com essas questões. O real hoje deve se valorizar diante do dólar, os juros futuros devem cair e a bolsa deve subir.

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