Índice econômico – IPCA-15 (fev/21)

Índice econômico – IPCA-15 (fev/21)

A inflação medida pelo IPCA-15 em fevereiro ficou em 0,48% M/M, abaixo da mediana de projeções do mercado (0,50%) e da expectativa da SulAmérica Investimentos (0,51%). Essa é a menor variação mensal desde set/20, quando foi 0,45% M/M. Em 12 meses, a inflação seguiu subindo, passando de 4,30% A/A para 4,57% A/A, o maior nível desde mar/17. A inflação acumulada nos dois primeiros meses do ano é de 1,26%, acima da vista no mesmo período de 2020 (0,93%) e a maior desde 2016 (2,35%).

Em relação ao mês anterior, houve redução na variação em cinco dos nove grupos. As quedas mais fortes ocorreram em Habitação (de 1,44% M/M para -0,74% M/M), Alimentação e bebidas (de 1,53% M/M para 0,56% M/M) e Vestuário (de 0,85% M/M para 0,00% M/M). Em Habitação o destaque foi a redução nos preços de energia elétrica, com mudança de bandeira tarifária nos últimos meses. A queda em Alimentação em bebidas ocorreu de forma mais intensa nos itens tradeables (de 1,75% M/M para 0,46% M/M) do que nos nontradeables (de 1,66% M/M para 0,83% M/M).

Dentre os grupos que tiveram alta, os destaques foram Transportes (de 0,14% M/M para 1,11% M/M), com aumentos fortes nos preços de combustíveis, e Educação (de 0,11% M/M para 2,39% M/M), com o reajuste de mensalidades escolares. Em relação à Educação, é importante mencionar que mesmo com esse reajuste, a variação em 12 meses do grupo está negativa (-0,07% A/A) pela primeira vez na série histórica, com os aumentos apenas compensando a queda vista na metade do ano passado, contra média de 7,2% A/A entre 2003 e 2020 ou 4,83% A/A em fev/20.

As medidas de inflação subjacente diminuíram na margem entre janeiro e fevereiro. A média dos cinco núcleos acompanhados pelo Banco Central ficou em 0,47% M/M no IPCA-15 de fevereiro, contra 0,65% M/M no IPCA-15 de janeiro e 0,45% M/M no IPCA de janeiro. O aumento da inflação subjacente segue sendo maior nos bens industriais do que nos serviços, com os primeiros tendo variação A/A subindo de 2,89% para 3,85% e os últimos caindo de 1,53% para 1,13%, em grande parte devido às mensalidades escolares. Isso reflete também o perfil da recuperação econômica pós-pandemia, com o consumo de bens subindo bem mais que serviços, que ainda estão abaixo do patamar pré-pandemia.

A variação projetada para o IPCA fechado do mês é de 0,67% M/M. A aceleração deve decorrer em especial do grupo Transportes, com a incorporação de aumentos de preços de combustíveis. A variação em 12 meses do IPCA deve seguir subindo, com números mensais em 2021 maiores do que em 2020, até chegar a mais de 6% A/A na metade do ano. No restante do ano deve haver redução, com o IPCA terminando o ano em 3,9%.

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