Índice econômico – IPCA-15 (jan/22)

Índice econômico – IPCA-15 (jan/22)

A inflação medida pelo IPCA-15 ficou em 0,58% M/M, acima da projeção da SulAmérica Investimentos (0,46%) e da mediana de projeções do mercado (0,44%). Em relação aos últimos meses houve desaceleração (0,78% M/M em dezembro e 1,17% M/M em novembro), mas menor que a esperada. A variação em 12 meses do IPCA-15 diminuiu, de 10,42% A/A em dezembro para 10,20% A/A em janeiro.

A queda na variação mensal do IPCA ocorreu em especial nos preços administrados, que passaram de 1,17% M/M em dezembro para -0,32% M/M em janeiro, com menor variação de combustíveis (gasolina passou de +3,28% M/M para -1,78% M/M).  Os preços livres aceleraram de 0,63% M/M para 0,92% M/M, com altas em alimentos (de 0,46% M/M para 1,03% M/M), bens industriais (de 0,65% M/M para 1,46% M/M) e serviços excluindo alimentos e passagens aéreas (de 0,63% M/M para 0,87% M/M). Os preços de passagens aéreas tiveram queda de -18,21% M/M, mas os outros preços de serviços subiram muito. A inflação de serviços subjacentes passou de 0,66% M/M para 0,99% M/M.

Os núcleos de inflação subiram em janeiro, como efeito desse aumento de preços de serviços e bens industriais, e também porque o aumento de preços foi bastante generalizado (o índice de difusão subiu de 68,9% para 74,4%). A média dos 5 núcleos acompanhados pelo Banco Central aumentou de 0,68% M/M para 0,95% M/M, com a variação em 12 meses deles aumentando de 7,5% A/A para 7,75% A/A.

A surpresa em relação às expectativas ocorreu nos preços de serviços e de bens industriais. A desaceleração dos núcleos de inflação está demorando mais para ocorrer do que o esperado, com o núcleo em 12 meses devendo fazer pico em abril, em torno de 9% A/A, antes de terminar o ano em torno de 6,4% A/A. Essa persistência dos núcleos aumenta a chance do Banco Central ter de praticar uma política monetária ainda mais apertada do que a projetada anteriormente. A projeção da SulAmérica Investimentos para o IPCA fechado de janeiro subiu de 0,44% M/M para 0,52% M/M, com revisões em especial nos preços de serviços e bens industriais. Para o ano de 2022, a projeção passou de 5,7% no início do ano para 5,0% com a adoção da premissa de bandeira amarela de energia elétrica e agora está em 5,2%, com as revisões para cima nos preços de serviços e bens industriais.

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