Índice econômico – IPCA-15 (Junho/21) 

Índice econômico – IPCA-15 (Junho/21) 

A inflação medida pelo IPCA-15 em junho ficou em 0,83% M/M, igual à projeção da SulAmérica Investimentos (0,83%), mas abaixo da mediana de expectativas do mercado (0,85%). A variação de junho é superior à vista nos dois últimos meses (0,60% e 0,44%) e no mesmo mês do ano passado (0,02%). Em 12 meses, a inflação subiu de 7,27% A/A em maio para 8,13% A/A em junho, o maior nível desde outubro de 2016 (8,27%).

O aumento da inflação entre maio e junho ocorreu em especial nos grupos Transportes (de -0,23% M/M para 1,35% M/M) e Habitação (de 0,79% M/M para 1,67% M/M), com aumentos em preços de combustíveis e energia elétrica, respectivamente. No primeiro caso o destaque é o preço do etanol, que subiu 9,12% M/M, e no segundo caso a mudança de bandeira tarifária de energia elétrica residencial, que aumentou de vermelha 1 para vermelha 2, fazendo o preço subir 3,85% M/M.

As medidas de inflação subjacente permanecem pressionadas. A média dos 5 núcleos acompanhados pelo Banco Central passou de 0,37% M/M no IPCA-15 de maio para 0,67% M/M no IPCA fechado de maio e agora está em 0,62% M/M no IPCA-15 de junho. Em 12 meses todos os núcleos estão bem acima da meta de inflação, se situando em torno de 4,8% A/A em média.

Os índices de inflação estão mostrando a mudança setorial nos preços, com a pressão saindo de bens industriais e indo para serviços, um efeito da abertura da economia e redução do distanciamento social. A inflação de bens industriais passou de 0,99% M/M no IPCA-15 de maio para 1,28% M/M no IPCA cheio de maio e agora está em 1,05% M/M no IPCA-15 de junho. Os serviços excluindo alimentação e passagem aérea, por outro lado, passaram de -0,09% M/M no IPCA-15 de maio para +0,05% M/M no IPCA cheio de maio e agora estão em +0,21% M/M no IPCA-15 de junho.

Houve surpresa para baixo em alguns itens mais voláteis no IPCA-15, como passagem aérea (-5,63% M/M) e alimentos no domicílio (0,15% M/M), mas preços mais estáveis ficaram mais altos, em especial no setor de serviços. A diminuição da inflação de bens industriais deve seguir ocorrendo nos próximos meses, com apreciação cambial e menor aumento de preços de commodities, porém deve ser compensada pelo aumento nos preços de serviços. Em julho também preços administrados podem ficar elevados, com novo aumento de tarifa de energia elétrica com a revisão das bandeiras tarifárias para lidar com a situação de seca em regiões importantes. Assim, o IPCA deve ter variações mensais bastante elevadas ainda em junho e julho, com a expectativa da SulAmérica Investimentos sendo de 0,63% M/M para junho. No segundo semestre as variações mensais devem ser menores e o IPCA em 12 meses deve diminuir, mas ainda deve terminar o ano de 2021 com variação próxima de 6% caso a bandeira tarifária vermelha 1 seja adotada em dezembro.

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