Índice econômico – IPCA-15 (mar/22)

Índice econômico – IPCA-15 (mar/22)

A inflação medida pelo IPCA-15 em março foi de 0,95% M/M, acima da mediana das projeções coletadas pela Bloomberg (0,85%) e da expectativa da SulAmérica Investimentos (0,89%). A inflação de março de 2022 foi 0,02 pp acima da vista em março de 2021 (0,93%), e é a mais elevada desde 2015 (1,24%). A inflação acumulada nos 3 primeiros meses do ano ficou em 2,54% em 2022, contra 2,21% em 2021. A inflação acumulada em 12 meses aumentou de 10,76% A/A para 10,79% A/A, permanecendo em torno do patamar elevado que atingiu em nov/21 (10,73% A/A) e ainda não dando sinais de desaceleração.

As surpresas para cima em relação à projeção da SulAmérica Investimentos ocorreram em especial em Alimentação e bebidas (1,95% M/M contra 1,56% M/M, com contribuição de 0,08 pp para cima) e Saúde e cuidados pessoais (1,30% M/M contra 0,61% M/M, com contribuição de 0,08 pp para cima). Os preços de alimentos subiram tanto nos itens nontradeables (passaram de 3,94% M/M em fevereiro para 5,06% M/M em março) quanto nos itens tradeables (de 0,63% M/M em fevereiro para 1,59% M/M em março), refletindo tanto problemas climáticos domésticos quanto piora da oferta de commodities devido à guerra na Ucrânia. O destaque nos preços de Saúde e cuidados pessoais foi o volátil item Perfume, com alta de 12,84% M/M, contribuindo sozinho com 0,12 pp de alta na variação mensal.

As medidas de inflação subjacente diminuíram em relação ao último mês, mas ainda permaneceram em patamar elevado. A média dos 5 núcleos acompanhados pelo Banco Central caiu de 0,99% M/M no IPCA-15 de fevereiro para 0,83% M/M no IPCA-15 de março, ainda em patamar próximo ao visto entre setembro e dezembro de 2021. A queda ocorreu em especial nos serviços subjacentes, que diminuíram de 0,89% M/M para 0,58% M/M. Os bens industriais subjacentes aceleraram, de 0,85% M/M para 1,85% M/M, com poucos itens mostrando redução na variação entre fevereiro e março com a queda no IPI (apenas veículos).

A inflação deve ficar ainda mais elevada no IPCA fechado de março. A expectativa da SulAmérica Investimentos é de 1,37% M/M, com aumento em especial nos preços de combustíveis (algo que não apareceu no IPCA-15) e alimentos. A projeção para o IPCA de 2022 é de 6,7%.

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