Índice econômico – IPCA-15 (nov/21)

Índice econômico – IPCA-15 (nov/21)

A inflação no Brasil medida pelo IPCA-15 de novembro ficou em 1,17% M/M, acima da mediana de projeções do mercado (1,13%) e da expectativa da SulAmérica Investimentos (1,05%). Essa foi a maior variação mensal para um mês de novembro desde 2002 (quando o IPCA mensal foi 1,20% M/M). A variação acumulada em 12 meses subiu de 10,34% A/A para 10,73% A/A, a maior desde fevereiro de 2016 (10,84% A/A).

Houve uma desaceleração na margem entre as medições de outubro e novembro do IPCA-15, de 1,20% para 1,17%. Os principais grupos que tiveram variação menor foram Alimentação e bebidas (de 1,38% para 0,40%), Habitação (de 1,87% para 1,06%) e Despesas Pessoais (de 0,77% para 0,61%). No primeiro caso, houve inflação menor devido às melhores condições de plantio (chuvas e temperatura), em especial em hortaliças, mas também devido à queda de preços de carnes, com a proibição de exportações para diversos países. No segundo grupo o alívio decorreu da menor alta de preços de energia elétrica, uma vez que os reajustes das distribuidoras se concentraram no mês anterior. Em Despesas Pessoais houve uma surpresa para baixo em alguns serviços pessoais, como cabeleireiro e barbeiro (0,21% contra 1,71% do mês anterior).

Nas categorias de uso, a surpresa para cima ocorreu em bens industriais, que tiveram variação de 1,76% M/M contra 0,98% M/M do mês anterior. Essa também é a maior variação mensal para esses itens desde janeiro de 2003 (quando foi 2,29% M/M). A surpresa para baixo ocorreu em alimentos, como mencionado acima, e em serviços, que diminuíram de 1,03% M/M em outubro para 0,33% M/M em novembro. Excluindo os itens voláteis de passagem aérea e alimentação fora do domicílio, os serviços diminuíram de 0,45% M/M para 0,40% M/M.

As medidas de inflação subjacente permanecem elevadas. A média dos 5 núcleos acompanhados pelo Banco Central ficou em 0,87% M/M, contra 0,82% M/M do mês anterior, e bastante distante do centro da meta (0,31% em termos mensais). O índice de difusão subiu de 63,8% para 65,5% entre outubro e novembro. Comparando com o IPCA fechado de outubro, no entanto, houve diminuição tanto na média dos núcleos (0,95%) quanto no índice de difusão (66,8%).

Dessa forma, a inflação ao consumidor seguiu pressionada em outubro. No entanto, é esperado que haja uma desaceleração nas próximas medições. O principal fator que está fazendo o IPCA ficar elevado ainda é o preço de combustíveis, e pesquisas de preços nos postos indicam que houve estabilidade nas últimas semanas. Em conjunto com a diminuição da inflação de alimentos e o fim da alta de energia elétrica, é esperado que esses dois movimentos façam o IPCA fechado do mês ficar em 1,08% M/M. A expectativa da SulAmérica Investimentos para o IPCA de 2021 é de alta de 10,3% e para 2022 alta de 4,85%.

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