Índice econômico – IPCA-15 (set/21)

Índice econômico – IPCA-15 (set/21)

A inflação medida pelo IPCA_15 de setembro ficou em 1,14% M/M, acima da mediana de projeções do mercado (1,03%) e da projeção da SulAmérica Investimentos (1,00%). Esse foi o maior IPCA-15 desde fevereiro de 2016 (1,42%) e o maior IPCA-15 para um mês de setembro desde o início do Plano Real. Em 12 meses a inflação acumulada passou de 9,30% A/A para 10,05% A/A, a mais alta também desde fevereiro de 2016 (10,84% A/A).

O aumento de 0,25 pp entre o IPCA-15 de agosto (0,89%) e setembro (1,14%) decorreu em especial da variação maior em Transportes (2,22% M/M contra 1,11% M/M), que contribuiu com 0,23 pp a mais entre os meses. Os destaques foram altas de passagem aérea (28,76% M/M), combustíveis (3,00% M/M) e veículos novos (1,70%). Houve alta importante também em Saúde e cuidados pessoais (de -0,29% M/M para +0,33% M/M) e em Alimentação e bebidas (de 1,02% M/M para 1,27% M/M). Em termos de contribuição, esses dois grupos somaram 0,08 e 0,05 pp a mais no IPCA de setembro em relação a agosto. Por fim, houve aceleração também em Artigos de residência, de 1,05% M/M para 1,23% M/M. Por outro lado, houve variação menor nos outros 5 grupos do IPCA, com destaque para Habitação (que ainda ficou elevada, mas diminuiu de 1,97% M/M para 1,55% M/M).

As medidas de inflação subjacente subiram entre agosto e setembro, com a média dos 5 núcleos acompanhados pelo BC passando de 0,57% M/M para 0,80% M/M. A inflação de bens industriais e serviços, grupos mais afetados pela política monetária, subiu de 0,65% M/M em agosto para 0,71% M/M em setembro. Em 12 meses, a inflação desses grupos subiu de 5,42% A/A para 6,06% A/A, a mais elevada desde nov/16 (6,18%). Houve aumento tanto na inflação de serviços quanto na de bens industriais, essa última alcançando 1,11% M/M, a maior variação mensal desde mai/05. A inflação de serviços subjacentes subiu de 0,46% M/M para 0,54% M/M e a inflação de serviços excluindo passagens aéreas e alimentação fora do domicílio subiu de 0,22% M/M para 0,37% M/M entre agosto e setembro, alcançando 2,76% A/A, contra 3,58% A/A imediatamente antes da pandemia. As surpresas inflacionárias nos núcleos assim se encontram em parte no fato de que os preços de bens industriais seguem bastante pressionados ao mesmo tempo em que a inflação de serviços volta a subir. A alta nos serviços era esperada, em parte, devido à diminuição das medidas de distanciamento social, porém ainda assim houve alguma surpresa no ritmo de alta. Nos bens industriais, é esperada alguma desaceleração, porém ela está demorando cada vez mais devido aos problemas de ofertas de insumos ao longo das cadeias produtivas globais e locais.

A inflação esperada pela SulAmérica Investimentos para o mês cheio de setembro é 1,22% M/M, com variação mais alta do que no IPCA-15 em preços de energia elétrica e alimentos em especial. A inflação deve desacelerar nos próximos meses, com a expectativa para o IPCA de outubro sendo de 0,46% M/M, com a retirada dos efeitos da alta de bandeira tarifária da energia elétrica e menor variação de preços de alimentos. A inflação de serviços deve seguir pressionada nos meses finais do ano, por outro lado.

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