Índice econômico – IPCA (abr/21)

Índice econômico – IPCA (abr/21)

A inflação medida pelo IPCA em abril ficou em 0,31% M/M, acima da projeção da SulAmérica Investimentos (0,25%) e da mediana de expectativas do mercado (0,29%). A variação em 12 meses subiu de 6,10% A/A para 6,76% A/A, com a deflação de -0,31% M/M de abril de 2020 sendo substituída por número positivo de abril de 2020. Essa é a maior variação do IPCA em 12 meses desde novembro de 2016 (quando foi 6,99% A/A).

A variação do IPCA em abril foi menor do que em março (0,93% M/M). A desaceleração entre um mês e outro decorreu basicamente da menor variação em dois grupos: Transportes, que passou de 3,81% para -0,08%, e Habitação, que passou de 0,81% para 0,22%. Em Transportes, os preços de combustíveis foram responsáveis por essa variação menor, tendo passado de 11,23% M/M em março para -0,94% M/M em abril, com quedas de -0,44% em gasolina, -4,93% em álcool e -0,11% em óleo diesel. No grupo Habitação, a energia elétrica residencial foi o preço que mais influenciou na desaceleração do grupo, ao passar de +0,76% M/M para -0,04% M/M, com a manutenção da bandeira tarifária amarela.

Em comparação com a expectativa da SulAmérica Investimentos, a surpresa para cima no IPCA de abril ocorreu nos produtos farmacêuticos, que subiram 2,69% no mês (contribuição de 0,09 pp para o IPCA total), com empresas aproveitando mais o reajuste permitido pela Anvisa, de até 8,44% em 2021.

Os índices de inflação subjacente ficaram menores na margem em abril em relação a março. A média dos 5 núcleos acompanhados pelo Banco Central passou de 0,41% M/M para 0,33% M/M, com o dado anualizado passando de 5,1% para 4,0% (ainda acima do centro da meta, mas menos do que no mês anterior). A inflação de bens industriais e serviços diminuiu entre um mês e outro, com os serviços caindo de 0,12% M/M para 0,05% M/M e bens industriais de 0,83% M/M para 0,53% M/M. Em 12 meses a inflação de bens industriais segue puxando os núcleos para cima, tendo passado de 4,84% A/A em abril para 6,40% A/A em maio, mais do que compensando a variação baixa dos serviços (que passaram de 1,64% A/A para 1,44% A/A, com a menor taxa de variação da série histórica).

A inflação deve voltar a subir nos próximos meses. A energia elétrica, com aumento de bandeira tarifária para vermelha 1 em maio, deve contribuir para essa alta, junto com preços de alimentos e outros itens ligados à elevação de preços de commodities. A inflação de serviços também pode se elevar, em menor escala, com a reabertura da economia. A expectativa da SulAmérica Investimentos é de IPCA de 0,64% M/M em maio e 5,1% em 2021.

Topo