Índice econômico – IPCA (abr/22)

Índice econômico – IPCA (abr/22)

A inflação medida pelo IPCA em abril foi de 1,06% M/M, acima do que era projetado pela SulAmérica Investimentos (0,93%) e pela mediana de projeções de mercado (1,02%). Essa foi a maior variação para a inflação em abril desde 1996 (quando havia sido 1,26% M/M). Em 12 meses a inflação segue subindo, tendo passado de 11,30% A/A para 12,13% A/A, o maior nível desde outubro de 2003 (quando havia sido 13,98% A/A).

Em relação ao IPCA de março houve desaceleração, uma vez que ele havia aumentado 1,62% M/M. A desaceleração aconteceu em especial no grupo Habitação (-0,37 pp dos -0,56 pp de queda), devido à diminuição da bandeira tarifária de escassez hídrica para verde. Houve também menor contribuição dos preços de combustíveis no grupo Transportes, que teve -0,23 pp a menos de contribuição. Na margem também houve desaceleração nos preços de alimentos, que contribuíram -0,07 pp a menos do que em março, mas ainda com variação mensal bastante elevada (2,06% M/M contra 2,42% M/M). Os grupos que tiveram alta entre março e abril foram Artigos de residência (de 0,57% M/M para 1,53% M/M, contribuição 0,04 pp maior) e Saúde e Cuidados pessoais (de 0,88% M/M para 1,77% M/M, contribuição 0,11 pp maior, com a maior parte da alta vindo de reajuste de remédios).Em relação às expectativas, as surpresas se concentraram nos grupos mais voláteis, com desvio em Saúde sendo o maior (0,23 pp).

As medidas de inflação subjacente seguiram ruins. A média dos núcleos em abril foi de 0,95% M/M, apenas ligeiramente abaixo da vista em março (0,97% M/M) e acima da vista no IPCA-15 de abril (0,87% M/M). A inflação de serviços subjacente excluindo alimentação fora do domicílio, menos afetada por choques de oferta, como os da cadeia de produção global, aumentou de 0,83% M/M no IPCA de março e 0,82% M/M no IPCA-15 de abril para 0,86% M/M no IPCA de abril. Os preços de bens industriais chegaram a ensaiar uma moderação entre o IPCA de março (1,20% M/M) e o IPCA-15 de abril (0,85% M/M), mas voltaram a subir de maneira forte no IPCA de abril (1,20% M/M), indicando efeito limitado da redução de impostos.

Dessa forma, os dados no IPCA de abril mostram um quadro inflacionário pior que o esperado, com inflação elevada em medidas subjacentes e que não dá sinais consistentes de desaceleração.

Topo