Índice econômico – IPCA (ago/21)

Índice econômico – IPCA (ago/21)

A inflação medida pelo IPCA em agosto foi de 0,87% M/M, acima da expectativa da SulAmérica Investimentos (0,76%) e da mediana de projeções do mercado (0,71%). Houve uma desaceleração em relação ao dado do mês anterior (0,96%), mas bem menos que esperado. A variação em 12 meses seguiu se elevando, passando de 8,99% A/A em julho para 9,68% A/A em setembro, o maior nível desde fevereiro de 2016.

A diminuição da variação mensal em relação ao mês de julho ficou concentrada no grupo Habitação, que passou de 3,1% para 0,68%, contribuindo com 0,38 pp a menos de inflação. Houve uma variação um pouco menor em Transportes também, de 1,52% para 1,46%. Os outros grupos aceleraram, com destaque para Alimentação e bebidas, que passou de 0,6% para 1,38%.

Em relação à projeção da SulAmérica Investimentos, a surpresa altista ocorreu em especial no grupo Transportes. O preço de combustíveis teve alta maior que esperada, com gasolina subindo 2,8% e etanol 4,5%. Houve aumento forte também nos preços de automóveis, novos (1,79%) e usados (1,98%), refletindo a restrição de oferta nesse mercado, em que há queda nas vendas há meses por falta de estoques, mas não por causa da demanda.

A inflação subjacente permaneceu elevada. A média dos 5 núcleos acompanhados pelo Banco Central ficou em 0,72% no dado dessazonalizado, contra 0,64% em julho. Houve aumento em especial nos preços de alimentos subjacentes (de 0,97% para 1,24%) e em serviços subjacentes (de 0,57% para 0,68%), mas queda em bens industriais subjacentes (de 0,74% para 0,68%).

A projeção da SulAmérica Investimentos para o IPCA de setembro é de aceleração para 0,97% M/M, com pressão vindo dos preços de energia elétrica, com a bandeira tarifária sendo reajustada, e de serviços, com a reabertura da economia pressionando os preços de lazer e turismo. A inflação esperada para o último trimestre do ano é menor, 0,5% em média, o que faria o IPCA ainda assim terminar 2021 com variação de 8,2%. Para 2022 a expectativa da SulAmérica Investimentos é de desaceleração para 4%, acima do centro da meta (3,5%).

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