Índice econômico – IPCA (jul/21)

Índice econômico – IPCA (jul/21)

A inflação medida pelo IPCA de julho ficou em 0,96% M/M, ligeiramente acima da mediana de projeções do mercado (0,95%) e acima da expectativa da SulAmérica Investimentos (0,89%). Esse é o maior número para um IPCA do mês de julho desde 2002, quando foi 1,19%, e o maior nível de inflação mensal desde dezembro de 2020, quando foi 1,35%.  A variação em 12 meses subiu de 8,35% A/A em junho para 8,99% A/A em julho, o maior nível desde maio de 2016.

Houve deflação apenas em um dos nove grupos que compõem o IPCA, Saúde e cuidados pessoais, que teve queda de -0,65% M/M, influenciado pela redução nos planos de saúde. Em relação a junho houve desaceleração em dois outros grupos: Artigos de residência (de 1,09% para 0,78%) e Vestuário (de 1,21% para 0,53%). Todos os outros grupos tiveram alta, com destaque para aumento em Habitação (de 1,1% para 3,1%) e Transportes (de 0,41% para 1,52%). Nesses dois grupos a alta foi em grande parte devido a aumentos nos preços administrados, como energia elétrica, gasolina e gás de botijão. Houve também alta significativa nos automóveis usados, de 2,23% M/M, alcançando 10% em 12 meses.

A surpresa em relação às expectativas se concentrou nos preços de alimentos. Houve alta forte nos preços de alimentos nontradeables (de -0,76% M/M para +0,99% M/M), devido a choques climáticos. Os alimentos tradeables seguem pressionados, com variação diminuindo apenas levemente de 0,73% M/M para 0,71% M/M.

As medidas de inflação subjacente ainda estão elevadas e acima da meta. A média dos 5 núcleos acompanhados pelo Banco Central ficou em 0,59% M/M em julho, contra 0,53% M/M em junho. No entanto, a composição dessa alta na inflação subjacente não foi tão rui quanto era esperado. A inflação de serviços subjacentes ficou em 0,49% M/M em julho, um aumento em relação ao IPCA de junho (0,44%), mas inferior ao valor visto no IPCA-15 de julho (0,60%). A inflação dos bens industriais subjacentes diminuiu de 0,71% M/M para 0,61% M/M entre junho e julho.

Assim, o IPCA de julho mostrou uma composição um pouco melhor que o IPCA-15 de julho. O aumento na inflação de serviços ocorreu, mas foi menor que o visto no IPCA-15. A surpresa para cima ocorreu nos preços de alimentos e alguns itens de bens industriais. A inflação nos próximos meses deve diminuir em relação ao patamar de julho, devido a menor pressão de preços administrados, mas deve seguir acima da meta, com variação próxima de 0,45% M/M. Deve seguir ocorrendo aumento na inflação de serviços, com a reabertura da economia, compensado pela queda nos preços de bens industriais. Os preços de alimentos seguirão pressionados, devido a condições climáticas. Para o ano de 2021 a projeção de IPCA da SulAmérica Investimentos é de 6,89% e para 2022 de 3,88%.

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