Índice econômico – IPCA (mai/21)

Índice econômico – IPCA (mai/21)

A inflação medida pelo IPCA em maio ficou em 0,83% M/M, acima da mediana das expectativas do mercado (0,71%) e da projeção da SulAmérica Investimentos (0,74%). Essa é a maior variação mensal desde dez/20 (quando foi 1,35%), e a maior variação para um mês de maio desde 1996, ficando bem acima de maio do ano passado (-0,38%).   A inflação em 12 meses subiu de 6,76% A/A para 8,06% A/A, ficando no maior patamar desde set/16.

A aceleração da inflação em relação ao mês passado (0,31%) aconteceu em quase todos os grupos, com apenas Saúde e cuidados pessoais tendo diminuído (de 1,19% M/M para 0,76% M/M). A alta foi pequena em Alimentação e bebidas (de 0,40% para 0,44%) e em Educação (de 0,04% para 0,06%), mas foi bastante elevada em Habitação (de 0,22% para 1,78%) e Transportes (de -0,08% para 1,15%). Preços de energia foram destaque de alta no mês, com a energia elétrica residencial subindo 5,37% M/M, devido à adoção de bandeira tarifária vermelha 1 e reajustes em diversas cidades, contribuindo com 0,23 pp da alta do IPCA total. O preço de combustíveis para veículos também subiu bastante (4,22% M/M, contribuindo com 0,29 pp do IPCA total), com destaque para etanol (12,92%). Assim, energia elétrica e combustíveis foram responsáveis por mais de 60% da alta de preço do mês. A alta de preços não ficou restrita nesses dois itens, no entanto, com o índice de difusão permanecendo elevado (64,5%, contra 65,5% do mês anterior).

Nas categorias de uso, houve alta forte nos preços administrados (2,11% M/M contra 0,38% M/M no mês anterior), pelas razões mencionadas acima, e nos bens industriais (1,28% M/M contra 0,53% M/M no mês anterior). Houve aceleração nas altas de Vestuário (0,92% contra 0,47%) e Artigos de residência (1,25% contra 0,57%). A surpresa para cima em relação às expectativas ocorreu nesses bens industriais, com repasse maior do que esperado das altas vistas nos preços ao produtor. A inflação de bens industriais, dessa forma, já alcança 8,26% A/A em maio.

A inflação de serviços, por sua vez, permanece com variações baixas, mesmo que acelerando em relação à deflação vista nos meses anteriores. O índice total de serviços queda de -0,15% M/M em maio, ajudado pela forte contração nos preços de passagens aéreas (-28%). O cálculo que exclui alimentação fora do domicílio e passagens aéreas ficou em 0,05% M/M em maio, contra -0,08% M/M em abril, e ainda permaneceu baixo na variação em 12 meses, subindo de 1,18% A/A para 1,27% A/A. A inflação de serviços subjacentes avançou mais, passando de 0,08% M/M para 0,32% M/M e de 3,1% A/A para 3,5% A/A, mas ainda está em patamar baixo.

A média dos núcleos do IPCA ficou em 0,55% M/M em maio, contra 0,33% M/M do mês anterior. A aceleração ocorreu devido ao aumento dos bens industriais e serviços subjacentes mencionados acima. Em 12 meses os núcleos passaram de 3,9% A/A para 4,5% A/A, tendo a maior variação desde maio de 2017.

A inflação ao consumidor deve permanecer pressionada em junho, com mais aumentos de preços de energia elétrica (adoção de bandeira tarifária vermelha 2 no mês) e mais repasses nos bens industriais. A projeção da SulAmérica Investimentos para esse mês agora é de 0,70% M/M. A inflação em 12 meses deve subir ainda mais nos próximos meses, alcançando o patamar de 8,5% A/A, mas deve diminuir no final do ano, uma vez que a inflação média do segundo semestre deve ser menor. Para o final do ano a projeção da SulAmérica Investimentos é de 5,7%.

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