Índice econômico – IPCA (mar/21)

Índice econômico – IPCA (mar/21)

A inflação medida pelo IPCA de março ficou em 0,93% M/M, abaixo da projeção da SulAmérica Investimentos (1,00%) e da mediana de projeções do mercado segundo a Bloomberg (1,03%). A variação de março de 2021 foi bem acima da vista no mesmo mês do ano passado (0,07%), sendo também a maior para um mês de março desde 2015, quando havia sido 1,32%. A variação acumulada no primeiro trimestre de 2021 foi de 2,05% T/T, bem maior que a vista no mesmo período de 2020 (0,53% T/T), mas desacelerando em relação ao quarto trimestre de 2020 (3,13% T/T). A variação em 12 meses seguiu subindo, passando de 5,20% A/A em fevereiro para 6,10% A/A em março, o maior nível desde dezembro de 2016 (6,29% A/A).

Houve aumento de 7 pb entre o IPCA de fevereiro (0,86%) e o de março (0,93%). Esse aumento foi concentrado em dois grupos: Transportes (que passou de 2,28% M/M para 3,81% M/M) e Habitação (que passou de 0,40% M/M para 0,81% M/M). Nos dois casos as altas mais importantes ocorreram devido a combustíveis, com aumento de 11,23% M/M em combustíveis para veículos e 4,56% M/M em combustíveis domésticos, em especial 4,98% M/M em gás de botijão. Os combustíveis para veículos foram responsáveis por 0,71 pp e os combustíveis domésticos por 0,06 pp da inflação total do mês, 82% do total.

Por outro lado, houve queda em 5 dos 9 grupos que compõem o IPCA. As quedas mais importantes ocorreram em Educação (que passou de 2,48% M/M para -0,52% M/M devido à sazonalidade, com reajuste de mensalidades escolares em fevereiro), Saúde e cuidados pessoais (de +0,62% M/M para -0,02% M/M) e Alimentação e bebidas (de 0,27% M/M para 0,13% M/M). A queda em Saúde e cuidados pessoais foi a principal fonte de surpresa para o IPCA em relação à projeção da SulAmérica Investimento, com deflação em produtos farmacêuticos (-0,53% M/M) e perfumes (-2,25% M/M, após ter subido 3,74% M/M no mês anterior). Juntos esses dois itens foram responsáveis por 0,05 pp da surpresa do IPCA, com o restante vindo de menor aumento de gasolina.

As medidas subjacentes de inflação diminuíram em relação aos últimos meses. A média dos 5 núcleos acompanhados pelo Banco Central caiu de 0,51% M/M para 0,41% M/M entre o IPCA de fevereiro e março e de 0,44% M/M para 0,41% M/M no mesmo período, mas ajustado sazonalmente. A inflação subjacente de bens industriais e serviços subiu na comparação em 12 meses (de 3,5% A/A para 3,7% A/A e de 2,8% A/A para 3,2% A/A, respectivamente), mas na margem houve queda nos bens industriais subjacentes (de 0,61% M/M para 0,28% M/M).

A inflação ao consumidor deve diminuir no próximo mês, com a projeção da SulAmérica Investimentos sendo de 0,34% M/M. A redução deve ocorrer em especial nos preços de combustíveis, com o preço da gasolina devendo ter queda no mês após redução nos preços da refinaria que ocorreram ao longo de março. A variação em 12 meses do IPCA deve alcançar 7,5% A/A na metade do ano, devendo cair no segundo semestre até fechar em 4,6% A/A em dezembro.

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