Índice econômico – IPCA (mar/22)

Índice econômico – IPCA (mar/22)

A inflação medida pelo IPCA em março ficou em 1,63% M/M, acima da mediana de projeções do mercado (1,35%) e da expectativa da SulAmérica Investimentos (1,35%). Essa foi a maior taxa de variação para o IPCA no mês de março desde 1994. A variação em 12 meses subiu de 10,54% A/A para 11,30% A/A, o maior nível desde novembro de 2003 (13,98%).

O aumento em relação à inflação do mês passado (1,01% M/M) ocorreu em especial em Transportes (de 0,46% para 3,02%) e em Alimentação e bebidas (de 1,28% para 2,42%). Eles, junto com altas em Habitação, Vestuário e Saúde e cuidados pessoais, mais que compensaram a queda já esperada em Educação (de 5,61% para 0,15%).

Em relação às expectativas, houve surpresa em especial em Transportes (14 pbs) e Alimentação (10 pbs). No primeiro caso o destaque foi Gasolina, que subiu 6,95% M/M, contra expectativa de 5,8% M/M. No segundo grupo houve aumento mais forte tanto nos alimentos nontradeables (6,65% contra 5,20%) quanto nos tradeables (1,77% contra 1,31%). Esses aumentos de preços refletem um impacto maior da guerra na Ucrânia sobre certos itens, além de problemas de oferta na produção agrícola brasileira de in natura.

Em relação às medidas de inflação subjacente, o destaque ficou para os serviços subjacentes. Eles estavam com variação alta no último IPCA de fevereiro (0,82% M/M), e haviam surpreendido positivamente no IPCA-15 de março (0,58%), mas agora devolveram parte dessa surpresa positiva, ficando em 0,78% no IPCA fechado de março. A média dos núcleos também fez esse mesmo trajeto, passando de 1,26% M/M no IPCA de fevereiro para 0,69% M/M no IPCA-15 de março e 0,76% M/M no IPCA de março.

O número mais alto no IPCA de março não deve fazer o Copom mudar sua trajetória de juros já prometida, de alta de 100 pbs na próxima reunião, mas pode fazer com que ele não determine oficialmente o fim do ciclo nessa reunião. A projeção para IPCA em 2022 é de 7,21%.

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