Índice econômico – IPCA (set/21)

Índice econômico – IPCA (set/21)

A inflação medida pelo IPCA de setembro ficou em 1,16% M/M, abaixo da projeção da SulAmérica Investimentos (1,24%) e da mediana de expectativas do mercado (1,25% segundo a Bloomberg). Essa é a maior variação mensal para um mÊs de setembro desde 1994, quando foi 1,53% M/M. A variação em 12 meses subiu para 10,25% A/A, a maior desde fevereiro de 2016 (10,36%), mas deve diminuir nos próximos meses, com esse número ligeiramente acima de 10% sendo o pico da alta inflacionária atual.

Em relação a agosto, houve aumento da inflação mensal (de 0,87% para 1,16%), mas com essa alta concentrada em três dos nove grupos que compõem o IPCA. Houve alta em especial em Habitação (de 0,68% M/M para 2,56% M/M), com reajuste de energia elétrica (aumento da bandeira tarifária de vermelha 2 para escassez hídrica) e com aumento de preços de gás de botijão. O grupo Transportes também aumentou entre agosto e setembro (de 1,46% M/M para 1,82% M/M), com destaque para passagem aérea (de _10,7% M/M para 28,2% M/M). Finalmente, Saúde e cuidados pessoais subiram de -0,04% M/M para +0,39% M/M, com os voláteis preços de perfumes deixando de ter deflação como havia sido visto em agosto (-3,96% M/M) e tendo alta de 0,84% M/M.

Em relação às expectativas, a inflação ficou abaixo do esperado por surpresas para baixo nos grupos Alimentação e bebidas (contribuiu -0,03 pp a menos que esperado) e Transportes (-0,04 pp). Em Alimentação houve deflação em especial nos preços de carnes (-0,21% M/M contra +0,63% M/M no mês anterior), em decorrência de restrição às exportações. Em Transportes houve desaceleração nos aumentos de preços de automóveis novos (de 1,79% M/M para 1,58% M/M) e usados (de 1,98% M/M para 1,60% M/M), e menor aumento de gasolina que esperado (2,32% M/M contra 2,80% M/M).

Os núcleos de inflação acompanhados pelo Banco Central tiveram variação de 0,68% M/M em setembro, próxima da vista em agosto (0,67% M/M). Os preços subjacentes seguem pressionados, mas houve variação menor de serviços subjacentes (de 0,64% M/M em agosto para 0,37% M/M em setembro) e maior em bens industriais (de 0,59% M/M em agosto para 0,72% M/M em setembro).

A inflação menor que esperada em setembro, dessa forma, pode ser atribuída a alta menor nos itens mais voláteis, como transportes e alimentos. Os núcleos de inflação seguem bastante elevados e não condizentes com o centro da meta de inflação. A inflação esperada para outubro pela SulAmérica Investimentos é de 0,46% M/M, com desaceleração ocorrendo em especial nos preços de alimentos e energia elétrica. Os preços de bens industriais e serviços devem seguir pressionados.

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