Índice econômico – PIB (1º Trimestre de 2021)

Índice econômico – PIB (1º Trimestre de 2021)

O PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro teve alta de 1,2% T/T no 1º trimestre de 2021, acima da mediana de projeções do mercado (0,9%) e da expectativa da SulAmérica Investimentos (0,6%). Houve uma desaceleração em relação ao trimestre anterior (3,2% T/T), mas o dado mostrou nível de atividade maior no 1º trimestre de 2021 do que no mesmo período de 2020, com variação A/A de 1,0% A/A. A variação acumulada em 4 trimestres passou de -4,1% no final de 2020 para -3,8% no começo de 2021.

Do lado da oferta, houve variação positiva nos três grupos, com destaque para agropecuária (5,7% T/T). Na indústria houve crescimento de 0,7% T/T, menor que no trimestre anterior (1,6% T/T), devido em especial à queda na indústria de transformação (-0,5% T/T contra +4,7% T/T do trimestre anterior), o único setor que teve queda. O comportamento da indústria de transformação se deve aos efeitos da nova onda de pandemia, com maior distanciamento social e incapacidade de realizar horas extras para atendar a demanda, e falta de peças e insumos, que leva fábricas a paralisarem a produção. Nos serviços houve alta de 0,4% T/T, também desacelerando em relação ao trimestre anterior (2,7% T/T), mas com queda também em um setor apenas: em administração, saúde e educação pública (-0,4% T/T, contra 1,7% T/T do trimestre anterior), com efeito de fechamento de escolas.

Do lado da demanda, a alta ocorreu de forma mais concentrada nos investimentos, que subiram 4,7% T/T. Os investimentos estão 17% acima do mesmo nível do ano passado e menos de 10% abaixo do pico visto no 3º trimestre de 2013, estando no melhor momento desde então. A poupança bruta não subiu tanto quanto os investimentos, mas subiu bastante também, com o valor de R$ 421 bi no 1º trimestre, o maior da série histórica e mais de R$ 170 bi superior ao visto no mesmo período do ano passado.

Os outros componentes da demanda interna tiveram queda, com consumo das famílias caindo -0,1% T/T e consumo do governo -0,8% T/T. Todos os grupos tiveram variação menor que no 4º trimestre de 2020, com exceção sendo as exportações, que subiram 3,7% T/T (contra -1,1% T/T do trimestre anterior). Ainda assim, a contribuição do setor externo seguiu negativa (-0,9 pp, contra -2,1 pp do trimestre anterior), uma vez que as importações, mesmo desacelerando de 19,3% T/T, tiveram crescimento de 11,6% T/T no 1º trimestre de 2021.

O 2º trimestre deve mostrar variação negativa no PIB, com efeito do carregamento estatístico da queda vista no final do 1º trimestre, no mês de março, com a segunda onda de Covid-19 e medidas de distanciamento social adotadas pelos governos, que estão sendo relaxadas ao longo das últimas semanas. Essa variação, no entanto, deve ser bem menos intensa que a esperada há alguns meses, com a estimativa da SulAmérica Investimentos sendo de queda de -1% T/T. A atividade deve mostrar crescimento a partir de maio de forma geral, com alguns indicadores já mostrando alta em abril, como vendas no varejo, impulsionadas pelo auxílio emergencial. O segundo semestre deve mostrar taxas de crescimento mais elevadas, com a diminuição do distanciamento social e aumento da confiança à medida que a vacinação contra Covid-19 surte efeito. Assim, a projeção de PIB da SulAmérica Investimentos foi revista de 3,6% para 4,6% em 2021, e 2,6% em 2022.

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