Índice econômico – PIB (2T21)

Índice econômico – PIB (2T21)

O PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil teve queda de -0,1% T/T no 2º trimestre de 2021, vindo abaixo da mediana de projeções do mercado (+0,2% T/T segundo a Bloomberg) e da expectativa da SulAmérica Investimentos (+0,1% T/T). A variação em relação ao mesmo trimestre do ano anterior foi de 12,4% A/A, influenciada pela forte queda no ano passado devido à pandemia de Covid-19. Em relação ao 2º trimestre de 2019, houve alta de 0,17%. A variação em 4 trimestres voltou a ser positiva, passando de -3,8% no 1º trimestre de 2021 para 1,8% no 2º trimestre de 2021.

A demanda interna teve queda de -0,5% T/T no 2º trimestre, após subir 0,7% T/T no 1º trimestre. As variações no consumo de famílias e governo seguiram baixas, com o consumo das famílias desacelerando de 0,04% T/T no 1º trimestre para 0,02% T/T no 2º trimestre, enquanto o consumo do governo subiu 0,13% T/T no 2º trimestre, contra queda de -0,15% T/T no 1º trimestre. Essas variações são próximas de zero e não tiveram tanta influência na mudança da demanda interna quanto o que ocorreu com investimentos.

Os investimentos tiveram contração de -3,6% T/T, após terem subido 4,8% T/T no trimestre anterior e 36,7% desde o 3º trimestre de 2020. O nível de gastos em investimento ainda é elevado para o padrão recente, estando 13% acima do patamar visto no 1º trimestre de 2020, e mais próximo, mas ainda abaixo, do que vigorava antes da crise de 2014-2015, cerca de 13% abaixo do máximo histórico, visto na metade de 2013.

A variação de estoques, por sua vez, contribuiu negativamente para o PIB do 2º trimestre, em -0,8 pp, contra +1,1 pp no trimestre anterior. A redução nos estoques era esperada, mas foi um pouco mais intensa que a prevista, sendo causada em parte por problemas de oferta globais que paralisaram parte da produção industrial.

A demanda externa foi bem forte no 2º trimestre, com contribuição positiva de 1,3 pp para o PIB, contra -0,6 pp no trimestre anterior. Houve alta de 9,4% T/T nas exportações e queda de -0,6% T/T nas importações.

Do lado da oferta, houve quedas fortes na agropecuária (-2,8% T/T), nos serviços industriais de utilidade pública (-0,9% T/T) e na indústria de transformação (-2,2% T/T). Nos dois primeiros casos, as condições climáticas afetaram negativamente a atividade de plantio e produção de energia elétrica. No último caso a falta de estoques foi a principal causa da queda na atividade. Por outro lado, outros setores tiveram altas substanciais. A construção civil e os serviços seguiram crescendo forte, no ritmo de 2,7% T/T e 0,7% T/T, respectivamente, respondendo à diminuição das restrições de mobilidade.

As projeções da SulAmérica Investimentos para o PIB do restante do ano não foram alteradas substancialmente. A expectativa é de aceleração no 3º trimestre, devido ao carregamento estatístico mais positivo, deixando de contabilizar efeitos da segunda onda de Covid-19 e com maior influência da reabertura da economia, crescendo em torno de 0,8% T/T. O 4º trimestre deve mostrar desaceleração para em torno de 0,4% T/T, já sentindo alguns efeitos do aperto monetário e da incerteza econômica. A alta projetada para 2021 é de 5,2% e para 2022 de 1,8%. O risco em relação a esses números é de revisão para baixo, que pode ser causada por uma crise hídrica mais aguda ou pela manutenção do nível atual de incerteza em relação à política econômica e tensão entre poderes da República. Um aumento maior da taxa Selic (atualmente projetado em 7,5% para o final de 2021) pode piorar a atividade econômica em 2022 também.

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