Índice econômico PIB (3T21)

Índice econômico PIB (3T21)

O PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil teve queda de -0,1% T/T no 3º trimestre, igual à projeção da SulAmérica Investimentos, mas abaixo da mediana de expectativas (0,0% T/T segundo a Bloomberg).

Houve revisão nos dados anteriores, para cima em 2020 e para baixo em 2021. A queda vista em 2020 foi revista de -4,1% para -3,9%. Por outro lado, o crescimento nos primeiros dois trimestres de 2021 foi revisado de 1,2% T/T para 1,3% T/T no 1º trimestre e de -0,1% T/T para -0,3% T/T no 2º trimestre. Com isso, foi caracterizada uma recessão técnica no Brasil, com dois trimestres consecutivos de queda no PIB.

Pelo lado da oferta, houve recuperação no setor de serviços, com crescimento subindo de 0,6% T/T para 1,1% T/T, reagindo à reabertura da economia. Por outro lado, houve queda muito forte na agropecuária (-8,0% T/T, após já ter caído -2,9% T/T no 2º trimestre), refletindo o efeito do clima adverso nas safras. A indústria teve contração menor que no trimestre anterior (-0,02% T/T contra -0,55% T/T), mas ainda bastante forte, em especial na indústria de transformação (-1,0% T/T), afetada pela falta de insumos.

Pelo lado da demanda, houve novamente contribuição negativa na variação de estoques (-0,5 pp no 3º trimestre, contra -1,7 pp no 2º trimestre), refletindo a questão de falta de insumos mencionada acima. O setor externo teve contribuição negativa de -0,3 pp no 3º trimestre, contra +1,9 pp no trimestre anterior, com aumento de importações e queda nas exportações.

A demanda interna, por outro lado, se recuperou da queda vista no trimestre anterior, crescendo 0,7% T/T após ter caído -0,5% T/T. Houve alta em especial no consumo das famílias (0,6% contra -0,1%), devido à reabertura da economia. O consumo do governo manteve o ritmo de crescimento (0,15 % T/T), porém os investimentos novamente tiveram queda, de -0,02% T/T, após já terem caído -0,56% T/T no 2º trimestre.

A expectativa para o 4º trimestre é de expansão, de 0,4% T/T, com alguns efeitos de melhora pelo lado da oferta (agropecuária) e da demanda (menor contribuição negativa dos estoques). O PIB deve desacelerar depois, com o investimento e consumo das famílias diminuindo devido à piora das condições financeiras, queda nas expectativas e maior incerteza em relação ao arcabouço fiscal e resultado eleitoral de 2022. Assim, a projeção para 2021 é de crescimento de 4,5% e para 2022 de apenas 0,3%.

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