Índice econômico – produção industrial (ago/21)

Índice econômico – produção industrial (ago/21)

A produção industrial do Brasil em agosto teve queda de -0,7% M/M, ficando entre a mediana de projeções do mercado (-0,3%) e a expectativa da SulAmérica Investimentos (-1,3% M/M).  Em relação ao mesmo mês do ano anterior houve queda de -0,6% A/A, a primeira variação negativa desde agosto de 2020. A variação acumulada no ano em relação aos 8 primeiros meses de 2020 é de alta de 9,25% e a variação acumulada em 12 meses subiu de 7,0% em julho para 7,2% em agosto.

A queda verificada em agosto na margem na produção industrial é a sexta em oito meses. Desde o início do ano houve alta na produção apenas em dois meses (0,2% M/M em janeiro e 1,2% M/M em maio), com o nível da produção industrial geral recuando 6%.

Nas categorias de uso houve alta no mês apenas na produção de bens de consumo semiduráveis e não duráveis (+0,7% M/M). As outras categorias tiveram queda, com destaque para a contração de -3,4% M/M em bens de consumo duráveis. Essa categoria em específico é a que mais sofre com os problemas de falta de insumos, que é uma questão global, com o nível de produção tendo caído -21,8% desde o início do ano. Outras categorias de uso tiveram quedas menores, de -6,3% no caso de bens de consumo não duráveis, -4,4% nos produtos intermediários e alta de 0,1% na produção de bens de capital.

A produção de bens de capital teve queda de -0,8% M/M em agosto, porém boa parte dessa contração foi devido aos bens de transporte industrial (como caminhões), que caíram -3,8% M/M, e estão sendo afetados pela falta de peças assim como os produtos duráveis. A produção de outros tipos de bens de capital teve alta de 0,2% M/M no mês.

A produção de insumos típicos de construção civil teve queda de -0,1% M/M em agosto, menos intensa que nos outros meses de 2021 (-0,7% M/M em média). Esse setor, que havia crescido muito durante a pandemia, tem tido um desempenho ruim em 2021 devido ao aumento de custos e menor crescimento da massa salarial, além de aumento de dispêndio em outros itens com a reabertura da economia.

A produção industrial brasileira ainda deve sofrer com problemas de oferta por algum tempo. A normalização da oferta de semicondutores na indústria automobilística, por exemplo, deve ocorrer apenas na metade de 2022. O nível de atividade industrial deve, dessa forma, cair ou crescer pouco no restante do ano, mas refletindo esses problemas de oferta mais do que de demanda. Os preços de bens industriais ao consumidor devem seguir elevados. A expectativa da SulAmérica Investimentos é de alta na produção industrial em 2021, de 4%, devido ao carregamento estatístico mais favorável.

Topo