Índice econômico – Produção industrial (dez/21)

Índice econômico – Produção industrial (dez/21)

A produção industrial brasileira teve crescimento de 2,9% M/M em dezembro, acima da projeção da SulAmérica Investimentos (-0,3%) e da mediana de expectativas do mercado (1,6%). Essa é a primeira alta na produção industrial desde maio, sendo também um dos únicos três meses em que houve alta da produção industrial em 2021 (janeiro, maio e dezembro) e é a maior taxa de crescimento desde setembro de 2020. Em relação ao mesmo mês do ano anterior houve queda de -4,9% A/A, um número mais baixo que o visto em novembro (-4,4% A/A). No ano de 2021 houve alta de 3,9% na produção industrial em relação a 2020 (em que houve queda de -4,4%). A variação em 12 meses de 3,9% de dezembro é uma queda em relação aos números da metade do ano, quando crescimento de 7% foi atingido.

A alta na produção industrial em dezembro foi bastante disseminada, ocorrendo em todas as categorias de uso e em 19 das 25 atividades. Ainda assim, a alta foi mais destacada em alguns setores, em especial os ligados a veículos, como bens de capital de transportes (17,0% M/M) e automóveis de passageiros (12,2% M/M). Dessa forma, houve alta maior e aceleração na produção de bens duráveis (6,9% M/M em dezembro, contra 1,1% M/M do mês anterior) e de bens de capital (4,4% M/M em dezembro contra -2,4% M/M em novembro). As altas nas outras categorias de uso foram menores, mas ainda substanciais (de 0,0% M/M para 1,2% M/M nos bens intermediários e de -0,1% M/M para 1,5% M/M em bens semiduráveis e não duráveis).

A recuperação na produção industrial em dezembro ocorreu em especial devido à melhora global nas cadeias de insumos. Dessa forma, a alta foi mais destacada na produção de bens de consumo duráveis e em setores mais complexos, como fabricação de equipamentos de informática (12,0% M/M). Essa melhora ainda deve prosseguir nos próximos meses, ajudando o nível de atividade a se recuperar para patamares mais próximos do começo do ano com a normalização da oferta. O nível de atividade das principais categorias ainda está abaixo do visto no final de 2020 (-16,4% nos bens de consumo duráveis, -6,6% nos bens de consumo semi e não duráveis e -3,7% nos bens intermediários). A exceção é a produção de bens de capital, que está 22% acima do nível do final de 2020, porém com boa parte disso se concentrando em bens de capital ligados a transportes (47% acima daquele patamar), uma vez que os outros bens de capital estão no mesmo nível.

A produção industrial deve seguir crescendo em janeiro, devido a esse fator de melhora na cadeia de produção global mencionado. A projeção inicial da SulAmérica Investimentos é de crescimento de 0,5% M/M. Ao longo de 2022 o crescimento não deve ser significativo, ficando em torno de 0,5% para o ano como um todo, devido à piora nos índices de confiança e expectativa vistos nos últimos meses, causada pela grande incerteza em relação à política fiscal e ao aperto monetário sendo feito pelo Banco Central. O crescimento do PIB previsto para o 4º trimestre com essa produção industrial é de -0,2% T/T.

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