Índice econômico – vendas no varejo (dez/21)

Índice econômico – vendas no varejo (dez/21)

As vendas no varejo restrito no Brasil em dezembro tiveram queda de -0,1% M/M, vindo um pouco melhores que a expectativa da SulAmérica Investimentos (-0,3%) e que a mediana de projeções do mercado (-0,6%). Em comparação com o mesmo mês do ano anterior houve queda de -3,0% A/A, o quinto número negativo seguido (desde agosto há contração), porém com menor intensidade de queda que os outros (-4,2% A/A em novembro, por exemplo). No ano de 2021 houve alta de 1,4% nas vendas no varejo, contra alta de 1,2% em 2020.

Os dados anteriores de vendas no varejo foram revistos para baixo, com a alta de 0,6% M/M previamente divulgada se tornando uma variação de 0,4% M/M.  Houve revisões ainda mais para baixo em outros dados, de tal forma que o índice de vendas no varejo dessazonalidado de novembro ficou 1,9% abaixo do divulgado um mês atrás.

Dos 8 grupos que compões o varejo restrito, três apresentaram quedas em dezembro. A mais importante em contribuição ocorreu em Supermercados, hipermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, com contração de -0,4% M/M. As quedas mais intensas ocorrem em Outros artigos de uso pessoal (-5,7% M/M) e Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação (-2,0% M/M). Por outro lado, houve altas de 3,2% M/M nas vendas de Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos, 0,4% M/M em Móveis e eletrodomésticos e 0,4% M/M em Vestuário e calçados.

O varejo ampliado, que inclui dois outros grupos, teve alta de 0,3% M/M, vindo abaixo da expectativa da SulAmérica Investimentos (1,4%). A surpresa negativa ocorreu nas vendas de Material de construção, que tiveram queda de -1,4% M/M, e estão se aproximando da tendência histórica após muitos meses acima do normal em 2020 e 2021 devido à pandemia de Covid-19. As vendas de Veículos, motos, partes e peças subiram 1,2% M/M em dezembro.

O varejo restrito teve um 4º trimestre mais negativo (-2,1% T/T) que o 3º trimestre (-1,6% T/T), com diversos fatores atrapalhando as vendas, como aumento da inflação, queda da renda real das famílias e diminuição da confiança. Alguns fatores pontuais podem melhorar as vendas no 1º trimestre de 2022, como o pagamento do Auxílio Brasil que aumentará a massa salarial ampliada, e a diminuição da inflação na margem. No entanto, a perspectiva para as vendas no varejo em 2022 é ruim. A desaceleração da economia como um todo ainda deve afetar negativamente o mercado de trabalho, e as taxas de juros em alta devem atrapalhar a parte do varejo que depende do crédito. Dessa forma, a expectativa é de uma queda de -0,4% nas vendas em 2022. O PIB do 4º trimestre deve ter variação de -0,1% T/T, com o ano de 2021 fechando com alta de 4,4%, que deve ser seguida de queda de -0,3% em 2022.

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