Índice econômico – vendas no varejo (jan/21)

Índice econômico – vendas no varejo (jan/21)

As vendas no varejo no Brasil tiveram queda de -0,2% M/M em janeiro, queda menos intensa que a projetada pela SulAmérica Investimentos (-2,1% M/M), mas mais negativa que a mediana de expectativas do mercado (0,0% M/M). Em relação ao mesmo mês do ano anterior houve queda de -0,3% A/A, a primeira depois de quatro meses consecutivos de alta (1,2% A/A em dez/20). A variação em 12 meses diminuiu pelo segundo mês seguido, passando de 1,20% para 1,06%.

A queda de -0,2% M/M nas vendas no varejo restrito em janeiro é o terceiro mês consecutivo com variação negativa (-6,2% M/M em dezembro e -0,1% M/M em novembro), após alta média de 4,8% M/M entre maio e outubro. O nível das vendas no varejo chegou a cair 19% no auge da pandemia, em abril, mas recuperou-se e ficou 6,5% acima do patamar pré-pandemia, em outubro. Desde então há quedas, com o nível atual de vendas estão 0,4% abaixo do nível pré-pandemia.

Houve bastante dispersão no desempenho dos grupos que compõem o varejo restrito. Houve quedas bem intensas em determinados grupos, como -26,5% M/M em Livros, jornais, revistas e papelaria, -8,2% M/M em Tecidos, vestuário e calçados, -5,9% M/M em Móveis e eletrodomésticos e -1,6% M/M em Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo. Essas quedas foram compensadas por altas em Outros artigos de uso pessoal e doméstico (8,4% M/M), Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (2,6% M/M) e Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação (2,2% M/M).

O varejo ampliado, que inclui outros dois grupos, teve queda mais intensa, de -2,1% M/M. As vendas de Veículos, motos, partes e peças foram responsáveis por essa variação mais negativa, com queda de -3,6% M/M em janeiro. As vendas de Material de construção, por outro lado, tiveram alta de 0,3% M/M.

A heterogeneidade também existe no nível de vendas em relação ao patamar pré-pandemia. Enquanto o comércio restrito está 0,4% abaixo e o ampliado 2,1% abaixo do nível de fevereiro, há setores com níveis muito acima (material de construção +17,7%, artigos farmacêuticos +14,0%, outros artigos de uso pessoal +7,9%) e outros muito abaixo (livros -52,6%, veículos -10,6%, tecidos e vestuário -21,8%).

As vendas no varejo devem sofrer tanto os efeitos expansionistas da volta do auxílio emergencial, mesmo que em menor escala, quanto os contracionistas do recrudescimento da pandemia e medidas de distanciamento social. A expectativa da SulAmérica Investimentos é de que o crescimento em 2021 das vendas no varejo restritas devem ficar próximo do visto em 2020, em torno de 1,3%.

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