Índice econômico -vendas no varejo (jan/22)

Índice econômico -vendas no varejo (jan/22)

As vendas no varejo no Brasil tiveram alta de 0,8% M/M, vindo acima da projeção da SulAmérica Investimentos (0,4%) e da mediana de projeções do mercado (0,3%). Em relação ao mesmo mês do ano anterior houve queda de -1,9% A/A, o sexto mês consecutivo de retração. A variação em 12 meses seguiu diminuindo após ter atingido o pico de 5,9% em jul/21, e agora passou de 1,4% em dez/21 para 1,3%.

Houve revisão nos dados anteriores, com destaque para a variação de dez/21, que passou de -0,1% M/M para -1,9% M/M, mas o nível de vendas nos meses anteriores foi revisto para cima, ficando 1% acima do divulgado anteriormente para nov/21, por exemplo. O nível de dez/21 ficou 0,7% menor que o divulgado anteriormente e o nível de jan/22 mesmo com a surpresa para cima na variação ficou 0,3% abaixo do que era projetado com os dados anteriores.

A alta de 0,8% M/M nas vendas no varejo restrito em janeiro foi restrita a 3 dos 8 grupos. Ela ficou concentrada em Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação (0,3% M/M), Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (3,8% M/M) e Outros artigos de uso pessoal (9,4% M/M). Desses, apenas o segundo teve uma tendência de alta nos últimos meses, subindo 10% em comparação com o mesmo mês do ano anterior e 11 % nos últimos 6 meses.

Dentre os grupos que tiveram queda, os destaques negativos foram Tecidos, vestuário e calçados (-3,9% M/M), Livros, jornais, revistas e papelaria (-2,0% M/M), Combustíveis e lubrificantes (-0,4% M/M) e Hipermercados, supermercados, prod. alimentícios, bebidas e fumo (-0,1% M/M). As vendas de vestuário tiveram queda em parte devido à nova variante ômicron de Covid-19, que afetou negativamente vendas presenciais, além do aumento de preços. As vendas de Hipermercados, supermercados, prod. alimentícios, bebidas e fumo tiveram queda modesta na variação mensal, mas a variação anual teve seu 12º mês consecutivo de retração, ficando 1% menor que o visto em janeiro.

O varejo ampliado teve contração de -0,3% M/M em janeiro, com desempenho negativo nos dois grupos que são adicionados ao varejo restrito: queda de -1,9% M/M em veículos e -0,3% M/M em material de construção. As vendas de material de construção, que chegaram a ficar 26% acima do patamar pré-pandemia no final de 2020, estão em queda desde então, ficando em janeiro 9,8% acima do nível de fev/20. As vendas de veículos seguem abaixo do patamar pré-pandemia e em queda, devido aos problemas na cadeia de produção desses bens, que aumentam os preços e tornam mesmo as vendas mais difíceis.

A atividade econômica brasileira teve crescimento fraco no começo de 2022, compensando um pouco o forte ritmo que foi visto no final de 2021. A estimativa da SulAmérica Investimentos para o IBC-Br, sem conhecer a pesquisa mensal de serviços ainda, é de queda de -0,4% M/M em janeiro, o que seria condizente com a estimativa de PIB próxima da estabilidade no 1º trimestre e variação de 0,7% em 2022. Para o varejo restrito, a expectativa para 2022 é de queda de -0,5%, mas em grande parte devido ao carrego estatístico negativo de 2021 de -2,6%.

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