Índices Econômicos – IPCA 12/01/2021

Índices Econômicos – IPCA 12/01/2021

A inflação oficial, medida pelo IPCA, fechou 2020 com alta de 4,52% (4,31% em 2019), ficando ligeiramente acima do centro da meta definida para o ano (4,0%). Uma das principais pressões altistas sobre o índice no período foi o grupo Alimentação e Bebidas, que acumulou alta de 14,09%, contribuindo com 2,73 pontos percentuais para a elevação do IPCA no ano, a maior variação acumulada  desde dezembro de 2002(19,5%).

O IPCA aumentou 1,35% no mês de dezembro, resultado acima da projeção da SulAmérica Investimentos  de 1,12% e da mediana das expectativas do mercado em 1,22%. A aceleração no mês foi explicada pela alta de 9,34% na energia elétrica devido o uso de bandeira tarifária vermelha nível 2; passagens aéreas (28,05%); educação, com alta de 0,48% para os cursos regulares em virtude da coleta extraordinária de preços realizada em dezembro.
Em termos dos núcleos de inflação acompanhados pelo Banco Central, a média dos cinco núcleos mais relevantes subiu 0,65% no mês  e 2,80% no ano. Por outro lado,  o índice de difusão subiu de 66,5% em novembro para 72,1 em dezembro,mostrando que a inflação no mês foi bem espalhada pelo índice, não se restringindo a fatores pontuais. Ademais, os bens industriais subiram 0,91% no mês, fechando o último trimestre de 2020 com alta trimestral anualizada de 10,7%, reflexo da depreciação cambial nos meses recentes e pelo descasamento entre oferta e demanda.
Para janeiro, continuamos apostando na desaceleração significativa da inflação no mês. Essa expectativa será possibilitada pela redução das contas de luz com o acionamento de bandeira amarela no mês; queda nos preços das passagens aéreas, arrefecimento dos alimentos e zeragem dos cursos regulares. Projetamos alta de 0,18% para janeiro. Para 2021, nossa projeção encontra-se em 3,35%. Essa estimativa tem por base uma recuperação gradual da economia, convivendo com elevada ociosidade, principalmente, no mercado de trabalho, contribuindo para manter as pressões inflacionárias contidas. Depreciação contínua do real e elevação dos preços internacionais das commodities são os principais riscos para essa projeção.
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