Índices econômicos – IPCA (dez/21)

Índices econômicos – IPCA (dez/21)

A inflação medida pelo IPCA ficou em 0,73% M/M em dezembro, acima do projetado pela SulAmérica Investimentos (0,59%) e pela mediana de expectativas do mercado (0,64%). A inflação ao consumidor terminou o ano de 2021 com variação de 10,06%, a maior desde 2015 (10,67%), mas uma desaceleração em relação ao valor visto em novembro (10,74% A/A).

A grande surpresa no dado em relação à expectativa da SulAmérica Investimentos ocorreu nos preços de bens industriais (1,41% M/M contra 0,75% esperado), contribuindo com a totalidade da surpresa para cima (0,14 pp). Em relação aos grupos, isso correspondeu em um aumento mais alto em Vestuário (passou de 0,95% M/M em novembro para 2,06% M/M em dezembro), Artigos de residência (de 1,03% M/M para 1,37% M/M) e Saúde e cuidados pessoais (de -0,57% M/M para +0,75%), com os preços de perfumes subindo 7,11% M/M após terem caído -10,66% M/M no mês passado.

As outras categorias de uso tiveram comportamento esperado. Houve aumento nos preços de alimentos no domicílio (de 0,04% M/M para 0,79% M/M), concentrado em itens tradeables, em especial carnes com a volta das exportações para a China. Os serviços aceleraram, com o índice que exclui passagem aérea e alimentação fora do domicílio passando de 0,51% M/M para 0,57% M/M. Os administrados foram os preços que tiveram desaceleração, de 2,30% M/M para 0,05% M/M, com menor variação de combustíveis (queda de -0,94% M/M na gasolina e -2,96% M/M no etanol, contra altas de 7,74% M/M e 10,53% M/M em novembro).

A média dos 5 núcleos de inflação acompanhados pelo Banco Central subiu muito entre novembro (0,61% M/M) e dezembro (0,90% M/M), ficando próxima do nível visto em outubro (0,95% M/M). O dado de novembro foi afetado por questões pontuais, como os descontos nos perfumes, que foram revertidos no mês seguinte. Dessa forma, os núcleos de inflação permaneceram elevados no 4º trimestre de 2021 e bastante distantes da meta (10,3% em termos anualizados, contra centro da meta de 3,57% em 2021 e 3,5% em 2022).

A inflação deve desacelerar em 2022. A projeção da SulAmérica Investimentos é de variação de 5,5%, com níveis ainda elevados no começo do ano. Reajustes de combustíveis, tarifas de transporte público, mensalidades escolares e aumentos de preços de commodities devem manter a inflação pressionada nos primeiros meses, com a expectativa da SulAmérica Investimentos sendo de variação de 0,65% M/M para janeiro.

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