Índices Econômicos – PIB (4T20)

Índices Econômicos – PIB (4T20)

O PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil teve alta de 3,2% T/T no 4º trimestre de 2020, acima da expectativa da SulAmérica Investimentos (2,7%) e da mediana de projeções do mercado (2,8%). Em relação ao mesmo trimestre do ano anterior houve queda, de -1,1% A/A, o quarto trimestre seguido de contração, mas menos intensa que nos dois anteriores (-3,9% A/A no 3º trimestre e -10,9% A/A no 2º trimestre). No ano, houve queda de -4,1% em 2020, o pior resultado na série histórica desde 1990 (quando houve queda de -4,2%), ultrapassando a queda vista em 2015 (-3,5%) e 2016 (-3,3%).

Em relação ao 3º trimestre houve desaceleração do crescimento do PIB, de 7,7% T/T para 3,2% T/T, com variações menores em indústria (15,4% T/T para 1,9% T/T) e serviços (6,4% T/T para 2,7% T/T). A agropecuária teve queda menos intensa, de -0,5% T/T contra -0,6% T/T no trimestre anterior. Do lado da demanda, houve desaceleração no consumo das famílias (de 7,7% T/T para 3,4% T/T) e do governo (de 3,5% T/T para 1,1% T/T). A demanda externa também contribuiu mais negativamente, -2,4 pp no 4º trimestre contra +0,9 pp no 3º trimestre, devido ao aumento mais forte nas importações (22,0% T/T).

A surpresa para cima no dado ocorreu na formação bruta de capital fixo, que acelerou seu crescimento de 10,7% T/T no 3º trimestre para 20,0% T/T no 4º trimestre, a maior taxa da série histórica. O nível de investimento é a única parte da demanda que está acima do patamar pré-pandemia, estando agora 13,8% acima dele, contra -1,1% do PIB total, -3% do consumo das famílias e -4,1% do consumo do governo.

Do lado da oferta, tanto a indústria quanto a agropecuária estão acima do patamar do final de 2019, com altas de 1,2% e 0,1%. A queda na atividade ocorre de forma mais clara nos serviços (-2,3%), em especial atividades imobiliárias e aluguel (-9,4%). A recuperação dual, com aumento de demanda por bens e investimentos e queda em serviços e consumo foi a característica da atividade no segundo semestre de 2020. A taxa de poupança subiu de 12,5% em 2019 para 15,7% em 2020, a mais alta desde 2015, devido à manutenção da renda, com os estímulos fiscais para famílias, à impossibilidade de realizar certos gastos com as restrições de mobilidade e ao receio quanto ao cenário econômico. Como contrapartida, a taxa de investimento de 2020 foi de 16,4%, a mais alta desde 2015 também, contra 15,3% do ano anterior.

O carregamento estatístico para 2021 subiu, com essa surpresa para cima no dado do 4º trimestre. Com o dado projetado anteriormente, caso houvesse variação zero na margem em 2021, o PIB de 2021 seria 3,1% maior que o de 2020 devido à diferença das médias anuais. Agora, o carregamento estatístico está em 3,6%.

Ainda assim, a projeção para PIB de 2021 da SulAmérica Investimentos está em 3,1%. A expectativa é de queda no PIB ao longo do primeiro semestre de 2021, devido ao recrudescimento da pandemia, retirada de incentivos fiscais durante a maior parte do 1º trimestre, queda de confiança e adoção de mais medidas de restrição de mobilidade. A recuperação deve ocorrer no 2º semestre, com avanço de vacinação e liberação das medidas de mobilidade.

Topo