IPCA-15 – Abril/16

IPCA-15 – Abril/16

IPCA-15 Abril/2016

A inflação medida pelo IPA-15 em abril ficou em 0,51% M/M, acima da mediana das projeções do mercado (0,46%), mas próxima da expectativa da SulAmérica Investimentos (0,50%). Em relação ao mesmo mês do ano anterior, a variação seguiu caindo, tendo passado de 9,95% A/A em março para 9,34% A/A em abril.

Em relação ao mês anterior, a inflação mensal foi maior (0,51% contra 0,43%), com as contribuições para essa inflação maior vindo dos grupos Alimentação e bebidas e Saúde e cuidados pessoais. O grupo Habitação seguiu com variação negativa (-0,41% em abril contra -0,52% em março) devido à redução do preço de energia elétrica

A inflação ficou ligeiramente acima do esperado pela SulAmérica Investimentos devido à variação mais forte de Saúde e cuidados pessoais (1,32% M/M), causada por um aumento maior dos preços de remédios do que era previsto (neste ano o reajuste de remédios autorizado foi o maior da série histórica, de até 12,50%).

A inflação de preços administrados, com esse aumento de remédios, voltou a ficar positiva em abril (+0,16% M/M, contra -0,17% M/M no mês anterior), mas ainda ficou baixa devido à mudança de bandeira tarifária na energia elétrica. O número baixo de abril fez com que a variação em 12 meses seguisse em queda, tendo passado de 13,00% A/A para 10,81% A/A. Esse movimento deve prosseguir ao longo do ano.

A inflação de preços livres ficou estável em abril em relação a março (ambos os meses em 0,62% M/M). Em 12 meses, a variação caiu de 9,01% A/A para 8,88% A/A. O hiato do produto e a valorização do câmbio nos últimos meses devem contribuir para que esse movimento prossiga até o final do ano.

A valorização cambial recente teve algum efeito sobre os preços tradeables dentro dos livres (com variação menor, 0,71% em abril contra 0,96% em março e 1,17% em fevereiro), mas esse efeito ainda é pequeno, havendo uma demora (lag) entre o que ocorre com o câmbio e com os preços tradeables. Dessa forma, confirmado o câmbio no patamar mais valorizado das últimas semanas, a inflação de tradeables deve ficar bem menor nos próximos meses, devendo diminuir dos 9,86% A/A atuais. A inflação de bens industriais já mostra sinais de ter chegado ao pico (em torno de 6,8% A/A), enquanto a inflação de alimentos ainda está forte, mas pode diminuir nos próximos meses (atualmente está em 13,7% A/A).

A inflação de nontradeables diminuiu em termos A/A, de 8,4% A/A para 8,1% A/A. Os preços de serviços são os grandes responsáveis por isso, respondendo ao aumento do desemprego. A inflação de serviços está em 7,24% A/A, menor patamar desde jun/12. Excluindo passagem aérea e alimentação fora do domicílio, a inflação de serviços em 12 meses chegou a 6,77% A/A, menor patamar desde ago/10.

Para o IPCA fechado do mês, a expectativa da SulAmérica Investimentos diminuiu de 0,62% para 0,59%. Uma premissa importante dessa projeção é relativa ao preço de etanol e gasolina, de estabilidade. Os preços ao produtor de etanol têm mostrado queda significativa nos últimos dias, porém os preços ao consumidor têm permanecido estáveis. Essa queda de preços de etanol, dessa forma, não deve impactar o IPCA de abril, mas sim o dos próximos meses. A redução na projeção de abril deveu-se a menor expectativa de variação de alimentos e serviços. Para o ano como um todo, a expectativa da SulAmérica Investimentos é de 6,9% de inflação no IPCA.

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