IPCA-15 Agosto/17

IPCA-15 Agosto/17

IPCA-15 – Agosto 2017

A inflação medida pelo IPCA-15 em agosto ficou em 0,35% M/M, abaixo da mediana das projeções do mercado (0,40%) e da expectativa da SulAmérica Investimentos (0,42%). Em 12 meses a inflação diminuiu de 2,78% A/A em julho para 2,68% A/A em agosto.

A inflação do IPCA-15 de agosto (0,35%) é a menor para um mês de agosto desde 2014 (quando foi 0,14%). A inflação acumulada nos primeiros 8 meses do ano é de 1,79%, a menor em toda a série histórica do IPCA-15 (que tem início em 2001), sendo inferior aos 1,87% vistos nos 8 primeiros meses de 2006.

A inflação de preços administrados foi a grande responsável pela alta do IPCA-15 entre julho (-0,18%) e agosto (0,35%). Ela passou de -0,18% para +1,85%, com aumento de preço de energia elétrica (mudança da bandeira tarifária e reajuste de preço em São Paulo) e combustíveis (aumento de impostos feito no final de julho). A energia elétrica foi responsável por 0,17 pp dos 0,53 pp de aumento de IPCA-15 entre um mês e outro, enquanto os combustíveis foram responsáveis por 0,44 pp de aumento (com a gasolina respondendo por 0,35 pp e etanol por 0,09 pp). Alguns outros preços administrados tiveram contribuição negativa, como gás de botijão.

A inflação de preços livres também aumentou entre um mês e outro, mas ainda ficou no campo negativo, ao passar de -0,18% em julho para -0,13% em agosto. Uma surpresa na inflação de preços livres foi a variação da passagem aérea, que foi de -15% M/M, contribuindo com 0,05 pp de surpresa negativa. A inflação de preços livres caiu para 1,79% A/A em 12 meses, o menor nível da série histórica (o recorde anterior era 2,03% A/A em jul/06). A queda na inflação de preços livres é bem disseminada, ocorrendo nos três principais grupos (serviços, alimentação e bens industriais), mas em diferentes níveis. A inflação de serviços recuou para 5,02% A/A, ajudada pelo fim da computação de aumentos de preços de hotéis devido às olimpíadas de 2016, voltando ao nível visto em 2007. A inflação de alimentos no domicílio recuou para -4,19% A/A, o menor nível em toda a série do IPCA-15. A inflação de bens industriais, por sua vez, subiu ligeiramente, de 1,31% A/A para 1,37% A/A, mas ainda se encontra no menor patamar desde 2012.

A variação do IPCA-15 de agosto veio abaixo das expectativas, mas boa parte dessa surpresa foi devido à passagem aérea, que teve queda de -15% M/M no mês, com -0,05 pp de efeito. A expectativa da SulAmérica Investimentos para o IPCA de agosto foi reduzida para 0,34% M/M. Agosto deve ser o mês com a menor variação do IPCA em 12 meses, que deve voltar a subir a partir de setembro (devido à base de comparação de preços de alimentos menos favorável), terminando o ano em torno de 3,3%.

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