IPCA-15 – Agosto/18

IPCA-15 – Agosto/18

IPCA- 15 – Agosto 2018

A inflação medida pelo IPCA-15 em agosto ficou em 0,13% M/M, acima da mediana de projeções do mercado (0,10%) e abaixo da expectativa da SulAmérica Investimentos (0,16%). A inflação acumulada nos primeiros 8 meses do ano está em 3,14%, acima do visto no mesmo período de 2017 (1,79%), porém abaixo de todos os primeiros 8 meses entre 2008 e 2016. A inflação em 12 meses diminuiu de 4,53% A/A em julho para 4,30% A/A em agosto.

A variação de agosto (0,13%) foi bem menor que a de julho (0,64%) devido à inflação menor em três grupos em especial: Transportes (-0,87% contra +0,79%), Alimentação e bebidas (0,03% contra 0,61%) e Habitação (1,10% contra 1,99%).

No caso de Transportes a maior parte da variação menor decorreu de Passagem aérea, que diminuiu -26% em agosto após ter subido 45% em julho. Os preços de combustíveis seguiram em deflação, em especial devido ao preço do etanol.

No grupo Habitação a menor variação decorreu da concentração do reajuste de energia elétrica em julho (com bandeira tarifária 2 e reajuste da concessionária de São Paulo). Em Alimentação a queda decorreu basicamente da reversão dos efeitos da greve dos caminhoneiros sobre preços in natura. Os preços de alimentos nontradeables tiveram queda de -5,74% M/M em agosto após já terem caído -7,93% M/M em julho e subido 6,31% M/M em junho. O meio do ano costuma ter meses de deflação nesses preços, devido à sazonalidade. Já o preço de alimentos tradeables subiu 1,39% M/M em junho, 2,82% M/M em julho e 0,71% M/M em agosto. O efeito predominante sobre esses preços foi o aumento da taxa de câmbio, que se mostrou mais permanente, mas diminuiu em agosto, devendo voltar a ter importância em setembro devido à depreciação recente.

As medidas de inflação subjacente se encontram em patamares acima dos vistos antes da greve dos caminhoneiros, mas ainda relativamente baixos. O núcleo do IPCA por médias aparadas com suavização ficou em 0,41% M/M, variação próxima da vista nos últimos 2 meses, mas acima da vista nos 5 primeiros meses do ano (0,27% M/M em média). O IPCA-EX2 teve um comportamento parecido, mas em patamar menor (0,35% M/M em agosto contra 0,13% M/M nos primeiros 5 meses do ano).

A inflação de serviços seguiu baixa (0,17% M/M na margem quando são excluídos alimentação fora do domicílio e passagem aérea), ainda recuando na medição em 12 meses (de 3,34% A/A para 3,30% A/A) devido à alta taxa de desemprego. A inflação de bens industriais seguiu com deflação na margem (de -0,05% M/M em julho e agosto), mas com inflação em 12 meses em 1,5% A/A. A deflação nos preços industriais pode ser revertida nos próximos meses com o efeito da depreciação cambial dos últimos meses.

Houve algumas surpresas para baixo no IPCA-15 de agosto em relação à projeção da SulAmérica Investimentos, em especial no preço de passagem aérea. Entretanto, as medidas de inflação subjacente se mostram um pouco mais altas do que antes da greve dos caminhoneiros, indicando que a inflação no médio prazo deve se sustentar em um patamar superior ao visto no primeiro semestre. A expectativa para o IPCA de agosto da SulAmérica Investimentos foi reduzida de 0,08% para 0,05%, com o ajuste de preços de passagem aérea. A inflação nos próximos meses deve voltar a ser mais alta, devendo ficar em 0,27% M/M em média entre setembro e dezembro e terminando o ano com o IPCA em torno de 4,1%.

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