O IPCA-15 ficou elevado em fevereiro mesmo com uma contribuição bem negativa do grupo Transportes (variação -0,09% M/M, contribuição -0,02 pp), sendo que deve-se destacar que os preços de passagens aéreas tiveram queda de -20,36% M/M, após já terem caído -16,32% M/M em janeiro. A inflação de alimentos se reduziu, como era esperado, de 0,96% M/M para 0,52% M/M. Entretanto diversos outros itens mostraram aceleração entre janeiro e fevereiro, sendo que a maior contribuição para a inflação de fevereiro veio do grupo Educação (variação 6,05% M/M, contribuição 0,27 pp). O grupo Despesas Pessoais também se manteve com variação elevada (1,19% M/M em fevereiro, contra 1,31% M/M em janeiro).

A inflação de serviços (sem contar passagem aérea e alimentação fora do domicílio) segue pressionada no IPCA-15 (variação de 8,40% A/A em fevereiro, o mesmo número que o de janeiro). A inflação em 12 meses de bens administrados voltou a um patamar mais “normal”, após retirar a queda das tarifas de energia no ano passado (3,24% A/A em fevereiro, contra 1,55% A/A em janeiro). A inflação de alimentos e de bens industriais está arrefecendo, com os últimos sendo afetados pelo menor ritmo de depreciação cambial nos últimos meses. Entretanto, a inflação em 12 meses pode voltar a subir nos próximos meses, quando a falta de chuvas pode se fazer sentir nos preços de alimentos nontradeables (que por enquanto estão tendo um começo de ano com inflação baixa). O baixo desemprego também deve manter a inflação de serviços pressionada, e pode haver uma reversão nos preços de passagem aérea, em especial próximo da Copa do Mundo. A projeção da SulAmérica Investimentos para o IPCA fechado de fevereiro permanece em 0,69% M/M