IPCA-15 de Outubro
IPCA-15 de Outubro
A surpresa em relação às expectativas se concentrou nos grupos Alimentação e bebidas e Despesas Pessoais, que tiveram variação abaixo da esperada. Ainda assim, o grupo Alimentação e bebidas mostrou aceleração em relação aos meses anteriores e foi o que teve maior impacto sobre a inflação total (0,17 pp dos 0,48% de inflação). O grupo Despesas pessoais também acelerou em relação ao mês anterior, só que abaixo do esperado.
A inflação de preços administrados segue subindo em 12 meses, tendo alcançado 5,48% A/A em outubro. No mês, a variação dos preços administrados foi de 0,46% M/M, puxada em especial pelo aumento de gás de botijão e energia elétrica. A inflação de preços livres deve seguir subindo até o final do ano, sendo que seu patamar final depende do que ocorrer com preços de gasolina. Com a queda do preço internacional do petróleo, a defasagem entre preços internos e externos diminuiu, mas aumentaram os boatos de que o governo deve aumentar a alíquota da Cide para recuperar arrecadação, resultando em aumento de preço ao consumidor.
A inflação de preços livres foi de 0,49% M/M em outubro. Na variação em 12 meses, a inflação de preços livres recuou levemente, porém ainda segue em torno de 7,0% A/A. A inflação de preços livres está em torno de 7,0% A/A desde abr/14, último mês em que o COPOM subiu juros (que estão em 11,00% desde então). Os efeitos do aperto monetário estão demorando a se fazer sentir na inflação de preços livres, que deve seguir sendo afetada pelos choques de realinhamento de preços administrados e do câmbio. Com uma inflação de preços livres que demora tanto a ceder, a hipótese de queda de juros ainda parece muito arriscada, com os cenários mais prováveis sendo manutenção dos juros em 11,00% por período prolongado (cenário adotado pelo BC e pela SulAmérica Investimentos) ou aumento de juros no ano que vem.
A SulAmérica Investimentos projeta um IPCA fechado no mês de outubro de 0,52% M/M.