IPCA-15 Dezembro/15

IPCA-15 Dezembro/15

IPCA-15 Dezembro/15

A inflação, medida pelo IPCA-15 ficou em 1,18% M/M em dezembro, acima da expectativa da SulAmérica Investimentos (1,05%) e da mediana das projeções do mercado (1,13%).

A inflação em 2015 ficou em 10,71%, o nível mais alto para um fechamento de ano desde 2002 (quando foi 11,99%) e o patamar em 12 meses mais elevado desde nov/03 (quando foi 12,69%).

A surpresa em relação à projeção da SulAmérica Investimentos se concentrou no grupo Transportes, com variação de 1,17% M/M e com contribuição 0,11 pp acima da esperada nas nossas projeções. O preço de passagem aérea subiu 36,54% M/M, sendo responsável por 0,13 pp do nível total de inflação em dezembro. A inflação dos combustíveis também permaneceu elevada, com aumento de 2,69% M/M no preço da gasolina e 7,14% M/M no preço do etanol.

Outros grupos que tiveram inflação elevada em dezembro, mas dentro do esperado, foram Alimentação (2,11% M/M) e Habitação (0,82% M/M, com efeito do aumento de energia elétrica no Rio de Janeiro).

A inflação de preços administrados ficou menor em relação ao mês anterior (0,91% contra 1,32%), mas ainda terminou o ano em patamar elevadíssimo, 18,15% A/A. A inflação de preços livres, por sua vez, acelerou entre novembro e dezembro (de 0,70% M/M para 1,27% M/M) e terminou o ano em 8,50%, o maior patamar em 12 meses desde nov/03 (quando foi 10,97% A/A).

O aumento na inflação de preços livres se deu em especial nos preços nontradeables (cuja variação mensal passou de 0,38% M/M para 1,42% M/M). A inflação dos preços tradeables ficou basicamente estável em patamar elevado, tendo passado de 1,07% M/M em novembro para 1,09% M/M em dezembro.

A inflação dos bens tradeables segue sendo pressionada pela desvalorização cambial, com aumento na inflação mensal de bens industriais (de 0,68% M/M para 0,78% M/M) e de alimentos tradeables (de 1,42% M/M para 1,50% M/M).

A surpresa segue sendo a resiliência dos itens nontradeables. A inflação de alimentos nontradeables avançou bastante em dezembro, aparentemente antecipando aumentos que costumam ocorrer no começo do ano e passando de 0,98% M/M no mês anterior para 7,35% M/M.

Os preços de alimentação fora do domicílio seguem em alta, com variação de 1,11% M/M (contra 0,57% M/M no mês anterior) e 11,24% A/A. Essa variação em 12 meses de inflação de alimentação fora do domicílio é a mais alta desde abr/09.

A inflação de serviços, excluindo passagem aérea e alimentação fora do domicílio, também segue persistentemente alta. A variação mensal foi de 0,53% M/M (contra 0,47% M/M no mês anterior), enquanto a inflação em 12 meses subiu de 7,91% A/A em novembro para 7,94% A/A em dezembro, apenas ligeiramente abaixo do nível visto em dez/14 (7,96%).

A inflação segue surpreendendo para cima, com efeitos defasados dos choques de preços no passado (em especial câmbio) e inércia mais do que compensando os impactos da recessão e da ociosidade. Para o IPCA de dezembro a projeção da SulAmérica Investimentos subiu de 0,89% M/M para 1,06% M/M, o que deve fazer o IPCA do ano terminar em 10,78%.

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