IPCA-15 – Fevereiro/16

IPCA-15 – Fevereiro/16

IPCA-15 – Fevereiro /2016

A inflação medida pelo IPCA-15 ficou em 1,42% em fevereiro, mais alta que a mediana das expectativas (1,32%) e que a projeção da SulAmérica Investimentos (1,38%). A inflação seguiu subindo no acumulado em 12 meses, tendo passado de 10,74% A/A em janeiro para 10,84% A/A em fevereiro. A inflação de fev/16 foi a mais alta desde fev/03.

As maiores fontes de surpresa para cima em relação à estimativa da SulAmérica Investimentos ocorreram nos grupos Transportes (com maior alta de combustíveis, em especial etanol e gasolina) e Vestuário (que não teve variação negativa, como é usual em fevereiro, apresentando alta de 0,14% M/M).

Dentre as categorias de uso, os preços de administrados tiveram variação menor, como era esperado, passando de 18,1% A/A para 16,5% A/A. A inflação geral de serviços ficou mais alta (passando de 8,01% A/A para 8,08% A/A), mas a alta ficou concentrada em passagem aérea (que, apesar da queda de -15,7% no mês, teve variação mais alta que no mesmo mês do ano anterior, -23,4%) e alimentação fora do domicílio, que segue bastante elevada (10,95% A/A). A inflação de serviços excluindo esses dois itens ficou mais baixa na comparação em 12 meses, mesmo com alta de cursos de Educação (concentrada no mês de fevereiro), tendo passado de 7,94% A/A em dez/15 para 7,63% A/A em jan/16 e 7,41% A/A em fev/16.

Os preços de alimentos e de bens industriais apresentaram variação elevada em fevereiro. A inflação acumulada em 12 meses dos bens industriais passou de 6,25% para 6,75%, com esses preços sentindo os efeitos defasados do câmbio e também do repasse de aumentos de impostos feitos no começo do ano (em especial cigarros, mas também outros itens).

A inflação de alimentos seguiu subindo, tanto nos preços comercializáveis quanto nos não comercializáveis. O câmbio explica a variação dos primeiros, enquanto as condições climáticas ruins explicam a variação dos outros.

A expectativa da SulAmérica Investimentos para o IPCA fechado em janeiro permanece em 1,07%. Com isso, a inflação acumulada nos dois primeiros meses do ano deve ficar em 2,4%, número próximo do visto no ano passado. A desinflação (diminuição da inflação acumulada em 12 meses) deve ocorrer a partir de março, causada em especial pela menor variação de preços administrados neste ano em comparação com anterior. Mas essa desinflação deve ser bem lenta, devido à desancoragem das expectativas, inércia e reajustes salariais nominais ainda elevados. A expectativa da SulAmérica Investimentos é de IPCA terminando o ano em torno de 8,0%.

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