IPCA – 15 – Fevereiro

IPCA – 15 – Fevereiro

IPCA-15 – fevereiro

22/02/13

O IPCA-15 de fevereiro teve variação de 0,68% M/M, ficando acima da mediana das projeções do mercado (0,62% M/M) e da expectativa da SulAmérica Investimentos (0,61% M/M). A inflação de fevereiro, dessa forma, recuou menos que o esperado em relação à inflação de janeiro (0,88%). Com o resultado de fevereiro, o IPCA-15 em 12 meses subiu de 6,02% para 6,18%.

A alta no IPCA-15 de fevereiro foi bastante disseminada, como pode ser visto pelo índice de difusão. Esse índice, apesar de ter recuado em relação ao mês anterior (de 73,7% para 71,0%), recuou menos que o esperado (normalmente, nos meses de fevereiro, há um recuo de 9,8% em relação a janeiro nesse índice). O índice de difusão excluindo os preços de alimentos também subiu entre janeiro (69,2%) e fevereiro (71,1%), situando-se 10 pb acima do nível visto em fevereiro do ano passado (61,1%). Esses índices de difusões altos mostram uma alta quase generalizada nos preços.

Os núcleos, medidas para tentar calcular a tendência do IPCA excluindo fatores pontuais mais voláteis, tiveram recuo em fevereiro em relação a janeiro, porém isso pode ser devido a uma falha na sua forma de cálculo. A queda de energia elétrica (de mais de 14% em fevereiro, devido à medida do governo federal) está inclusa nos cálculos de 2 das 3 formas usuais de núcleos analisadas. Dessa forma, os núcleos diminuíram de 0,74% M/M em média em janeiro para 0,48% M/M em fevereiro. Em 12 meses os núcleos também diminuíram, a não ser na forma de cálculo que não leva em conta a queda da energia elétrica (médias aparadas com suavização).

A inflação de alimentos continua sendo uma fonte de surpresas. Ela foi uma das responsáveis pelo IPCA e IPCA-15 elevados em janeiro, quando em especial os alimentos não comercializáveis com o restante do mundo tiveram forte alta (mais de 8,0% no IPCA de janeiro). Essa alta ocorreu em especial no final do mês de janeiro, uma vez que o IPCA-15 não a havia captado plenamente (alta de 4,0% M/M apenas). Em fevereiro, o IPCA-15 mostrou que esses preços tiveram algum alívio, porém bem aquém do que era esperado, com variação de 7,67%. Os alimentos comercializáveis com o restante do mundo também estão tendo um comportamento surpreendente, pois eles permanecem com variações elevadas (próximas de 1,0% M/M), mesmo na ausência de choques externos de preços.

Outra parte da inflação que vem surpreendendo para cima é a de bens industriais. Já era esperado que os seus preços subissem em 2013, uma vez que as diversas isenções tributárias concedidas em 2012 e que resultaram em inflação muito baixa nesses itens estão sendo terminadas em 2013. Entretanto, a alta tem sido bastante forte, provavelmente potencializada pelas medidas protecionistas do governo brasileiro em relação a importações, pela equalização das taxas de impostos dos diversos portos brasileiros e pela desvalorização cambial que afeta os preços com certa defasagem. Dessa forma, os preços de bens industriais já estão com variação acima de 3,0% A/A em fevereiro de 2013, sendo que eles terminaram 2012 com variação de 1,5%.

Os preços de serviços tiveram uma variação ligeiramente mais baixa em fevereiro de 2013 do que a vista em fevereiro de 2012. Isso ocorreu, por exemplo, nos reajustes de mensalidades cursos regulares, que foram de 6,92% em 2013 contra 6,92% em 2012. Os preços de serviços, dessa forma, não estão mostrando a aceleração que era esperada deles, porém também não é possível imaginar um recuo considerável da taxa de inflação desses preços, que ainda está acima de 8,0% A/A.

Os preços de bens e serviços administrados não apresentou surpresas, tendo forte recuo em fevereiro devido ao reajuste extraordinário das tarifas de energia elétrica (de 18% no total, sendo que quase 14% dele foi sentido no IPCA-15 de fevereiro. É importante lembrar que esse recuo das tarifas de energia elétrica contribuiu para que o IPCA-15 fosse 0,45 pp menor. Se ele não ocorresse, a inflação observada seria de 1,13% M/M e 6,65% A/A, ultrapassando o teto da banda de metas (6,50%).

O IPCA-15 em fevereiro mostrou recuo em relação ao de janeiro, porém aquém do esperado. A inflação de alimentos segue bastante persistente, e a inflação de bens industriais também está ficando bastante alta. Esses fatores levam a SulAmérica Investimentos a revisar a projeção do IPCA de fevereiro, de 0,40% M/M para 0,48% M/M.

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