IPCA-15 – Janeiro/19

IPCA-15 – Janeiro/19

IPCA-15 – Janeiro 2019

A inflação medida pelo IPCA-15 de janeiro ficou em 0,30% M/M, mais baixa que a projeção da SulAmérica Investimentos (0,32%) e que a mediana de expectativas do mercado (0,35%). Esse é o menor resultado para um mês de janeiro no IPCA-15 desde a implantação do Plano Real em 1994 (o segundo menor janeiro ocorreu em 2017, 0,31%). A inflação acumulada em 12 meses diminuiu de 3,86% A/A em dez/18 para 3,77% A/A em jan/19.

A maior surpresa para cima dentre os grupos, e também a maior contribuição positiva, veio de Alimentação e bebidas, com variação de 0,87% M/M em janeiro. As surpresas negativas, por sua vez, vieram de Vestuário (-0,16% M/M) e Saúde e cuidados pessoais (+0,68% M/M, com alta nos preços de itens de cuidados pessoais ainda menor do que as quedas extraordinariamente intensas vistas nos dois últimos meses de 2018, -0,35% e -0,58% em novembro e dezembro, respectivamente).

As medidas subjacentes de inflação, de forma geral, seguem em sua trajetória de alta moderada. Após atingir valores extremamente baixos na metade do ano passado (IPCA livres 0,92% A/A em mai/18, média dos 7 núcleos 2,55% A/A em mai/18) essas medidas subiram na segunda metade do ano. Parte desse aumento se deveu à greve dos caminhoneiros e depreciação cambial com incerteza eleitoral e piora dos mercados externos, porém parte também se deve à recuperação gradual da economia e diminuição lenta da ociosidade nos fatores produtivos. O IPCA livres subiu de 2,88% A/A para 2,96% A/A entre dez/18 e jan/19, enquanto a média dos 7 núcleos passou de 2,86% A/A para 2,93% A/A.

A alta no IPCA livres ocorreu basicamente nos itens não tradeables, de 3,86% A/A para 4,00% A/A. Houve aumento nos alimentos nontradeables, com variação de 4,17% M/M e a inflação A/A passando de 11,07% A/A para 11,83% A/A, sendo reflexo de condições climáticas adversas que podem ter impacto sobre preços de energia também no futuro. A inflação de serviços também subiu, de 3,50% A/A para 3,59% A/A, com os serviços subjacentes (excluindo itens mais voláteis, como passagem aérea) passando de 3,35% A/A para 3,46% A/A. Os itens tradeables dos preços livres tiveram variação A/A basicamente estável (passou de 1,70% A/A para 1,71% A/A) e menor do que nos meses anteriores (2,39% A/A em out/18) devido à valorização cambial.

A projeção da SulAmérica Investimentos para o IPCA fechado de janeiro ficou inalterada em 0,46% M/M, com variações maiores que esperadas em passagem aérea e alimentos sendo compensadas pela frustração com alta de itens de cuidado pessoal e vestuário. De forma geral a inflação segue mostrando sinais de alta moderada na margem, devendo terminar o ano abaixo da meta, entre 3,8% e 3,9% (contra centro da meta de 4,25%).

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