IPCA-15 – Janeiro 2016

IPCA-15 – Janeiro 2016

IPCA-15 – Janeiro 2016

A inflação, medida pelo IPCA-15, em janeiro ficou em 0,92% M/M, igual à mediana das projeções do mercado (0,92%) e abaixo da expectativa da SulAmérica Investimentos (1,00%). A inflação em 12 meses subiu de 10,71% em dez/15 para 10,74%. A inflação de janeiro de 2016 é a maior para um mês de janeiro desde 2003 (quando foi 1,98%), sendo 0,03 pp maior que a vista em jan/15 (0,89).

A surpresa em relação à projeção da SulAmérica Investimentos se deu no grupo Alimentação e bebidas, que teve variação de 1.67%, contra expectativa de 2,00%, respondendo por 0,08 pp da surpresa para baixo na inflação, e ocorrendo em especial no subgrupo Alimentação fora do domicílio.

A inflação no IPCA-15 de janeiro ficou 0,26 pp abaixo da vista em dez/15 (1,18), com menores variações em quase todos os grupos, com as exceções sendo Despesas Pessoais (1,00%, contra 0,56% no mês anterior), com aumento de preços de serviços pessoais devido ao aumento do salário mínimo, e Saúde e cuidados pessoais (0,66% contra 0,61% no mês anterior).

A inflação de preços administrados ficou em 0,91% M/M em jan/16, número igual ao visto em dez/15 (0,91%). Com isso, a inflação em 12 meses de administrados também recuou de 18,15% para 18,05%.

A queda na inflação geral deveu-se, então, à queda na inflação de preços livres. Essa passou de 1,27% M/M em dez/15 para 0,92% M/M em jan/16. Ainda assim, a inflação de preços livres de jan/16 foi superior à vista em jan/15 (0,86%), e com isso, a inflação em 12 meses de preços livres subiu de 8,50% para 8,57%.

A diminuição na margem da inflação de preços livres entre um mês e outro ocorreu tanto nos preços tradeables (de 1,09% para 0,78%) quanto de nontradeables (de 1,42% para 1,04%).

A inflação em 12 meses de tradeables seguiu em alta, de 8,28% para 8,51% (sendo que era 5,55% em abr/15), ainda mostrando reação à depreciação cambial passada. Tanto os preços de bens industrializados (6,25% A/A) quanto os de alimentos tradeables (11,38% A/A) aumentaram sua inflação em 12 meses e, dada a nova rodada de depreciação cambial recente, é provável que essa inflação siga elevada ao longo dos próximos meses.

A inflação em 12 meses de itens nontradeables diminuiu levemente, de 8,70% para 8,62%. Essa queda se concentrou em serviços (passou de 7,94% para 7,63%) e alimentação fora do domicílio (de 11,24% para 10,85%). A inflação de alimentos nontradeables seguiu elevada (7,15% M/M no mês e 21,73% A/A em 12 meses), como resultado do El Niño. A queda na inflação de serviços e alimentação fora do domicílio mostra os efeitos da grande recessão pela qual o Brasil passa, com o desemprego aumentando. O pequeno tamanho da queda, no entanto, mostra como a indexação, descolamento de expectativas inflacionárias e aumentos de custos (como salário mínimo) impedem que a recessão tenha pleno efeito sobre os preços.

A expectativa da SulAmérica Investimentos é de que a inflação deve seguir pressionada nos primeiros meses de 2016. O IPCA cheio de janeiro e fevereiro deve ficar em torno de 1,00% M/M, com mais aumentos de certos preços de serviços ligados ao salário mínimo e a reajustes ligados à inflação passada (como educação). A inflação de 2016 deve ficar acima do teto da meta (6,50%).

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