IPCA – 15 – Janeiro

IPCA – 15 – Janeiro

O IPCA-15 de janeiro teve variação de 0,88% M/M, ficando acima da mediana das projeções do mercado (0,82% M/M) e da expectativa da SulAmérica Investimentos (0,77% M/M). A inflação de janeiro foi a mais alta desde fevereiro de 2011, quando ela atingiu 0,97%. Para os meses de janeiro, o IPCA-15 de jan/13 foi o mais elevado desde 2003 (quando foi 1,98%). Com o resultado de janeiro, o IPCA-15 em 12 meses subiu de 5,78% para 6,02%.

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A alta no IPCA-15 de janeiro foi bastante disseminada, como pode ser visto pelo índice de difusão, que subiu de 67,9% para 73,7%. Parte dessa alta no índice de difusão deve-se aos preços de alimentos, que apresentaram alta significativa em janeiro e que têm a maior quantidade de itens dentro do IPCA-15. Porém, mesmo o índice de difusão do IPCA-15 excluindo alimentos subiu (de 64% para 69,2%), mostrando que a alta está disseminada também nos demais preços.

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Os núcleos, medidas para tentar calcular a tendência do IPCA excluindo fatores pontuais mais voláteis, seguiram mostrando tendência de alta na variação em 12 meses, encontrando-se em 5,82% em média, contra 5,70% no mês anterior. A variação mensal média dos núcleos também subiu, de 0,59% M/M em dezembro para 0,74% M/M em janeiro.

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Dentre as categorias de uso, cabe destacar que apenas os preços administrados ainda estão com inflação baixa (0,34% M/M e 3,59% A/A). A inflação desse grupo em janeiro, na verdade, conseguiu ser mais baixa que a dos meses anteriores. Em janeiro não ocorreu reajuste de energia elétrica em nenhuma região metropolitana, bem como não houve reajuste das tarifas de ônibus urbano em São Paulo ou no Rio de Janeiro, como seria usual. A inflação de preços administrados ainda deve seguir baixa no ano de 2013, devido à queda nas tarifas de energia elétrica que deve ocorrer em fevereiro.

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Os preços de serviços e de bens industriais seguem com inflação maior na margem, como é esperado. A baixa taxa de desemprego coloca pressão sobre o setor de serviços, enquanto a desvalorização do câmbio e o fim de algumas isenções de impostos sobre bens industriais (além de aumentos de impostos para certos bens, como bebidas alcoólicas e cigarros), levam à alta nos preços industriais. Em especial, é possível ver o fim da deflação na margem nos preços de duráveis. Isso tudo deve significar que esses preços em 2013 devem ter inflação mais elevada do que em 2012.

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Os preços de alimentação no IPCA-15 de janeiro contiveram algumas surpresas. Já era esperado que eles fossem elevados no começo do ano, devido a fatores sazonais, porém ainda assim eles conseguiram surpreender para cima. A inflação de alimentos tradeables não está tão elevada quanto foi em outubro do ano passado (2,29% M/M, quando houve o efeito máximo do choque de commodities internacional foi sentido), porém ela também não está desacelerando, tendo se situado em 1,0% M/M desde então, mesmo com a ausência de novos choques. Os preços de alimentos nontradeables, por sua vez, tiveram variação de 4,0% M/M em janeiro, acima da vista no ano anterior e uma das mais elevadas da série histórica. Era esperado que os preços dos alimentos nontradeables começassem a recuar na variação em 12 meses à medida que os efeitos de choques adversos de oferta interna fossem desaparecendo, porém esse não parece ser o caso. A inflação desse grupo em 12 meses, que chegou a 25,45% A/A em out/12, voltou a acelerar nos últimos meses e agora se encontra em 23,40% (sendo que era esperado que eles voltassem em 2013 ao patamar de variação visto em mai/12, de 4,86%).

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O IPCA-15 em janeiro segue mostrando pressão para cima nos preços, frustrando as expectativas de desaceleração da inflação. A projeção da SulAMérica Investimentos para o IPCA de janeiro, dessa forma, sobe de 0,83% M/M para 0,91% M/M. Para a inflação do ano de 2013 como um todo ela agora é de 5,80%, mantendo-se a expectativa de que os preços de alimentação vão desacelerar em algum momento do ano, uma vez que os preços no atacado agrícola já mostram sinais de que vão fazer isso.

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