IPCA-15 Julho/15

IPCA-15 Julho/15

IPCA-15 Julho/15

A inflação medida pelo IPCA-15 de julho ficou em 0,59% M/M, abaixo da mediana das expectativas do mercado (0,61%) e um pouco acima da projeção da SulAmérica Investimentos (0,57%). A inflação acumulada em 12 meses seguiu subindo, passando de 8,80% em junho para 9,25% em julho.

O IPCA-15 mensal ficou menor em julho (0,59%) do que em junho (0,99%), devido à queda de quase todos os grupos, com a exceção sendo Comunicação e Habitação. As surpresas em relação às expectativas se concentraram em Habitação e Despesas Pessoais.

Os preços administrados se comportaram como esperado, com variação de 1,01% M/M em julho (devido às altas de preços de energia elétrica e água em São Paulo e aumento de preços de loterias), após terem subido 1,42% M/M em junho. A inflação de administrados em 12 meses ficou em 15,68% A/A. Os preços administrados devem ter variação menor a partir de agosto, com a maior parte do ajuste deles já tendo ocorrido nos primeiros 7 meses do ano. Ainda há alguns ajustes a serem feitos, mas eles devem ter impacto no IPCA em novembro e dezembro (reajuste de energia elétrica no Rio de Janeiro e provável aumento de preço de combustíveis).Dessa forma, a grande pressão exercida pelos preços administrados sobre a inflação deve diminuir a partir de agosto.

Os preços livres variaram 0,46% M/M em julho, contra 0,86% M/M em junho e 0,21% M/M em jul/14. Com isso, a inflação de preços livres em 12 meses buiu de 7,09% A/A em junho para 7,36% A/A em julho. Esse aumento da inflação de livres decorreu do aumento de preços em bens industriais e alimentação. A inflação de alimentos recuou em relação ao número visto em junho, mas ainda está acima do usual para essa época do ano.

A inflação de serviços subiu no cálculo do Banco Central, de 8,15% A/A para 8,20% A/A. Boa parte desse aumento deve-se à passagem aérea em 12 meses e aos preços de alimentação fora do domicílio. A inflação de serviços excluindo esses itens diminuiu de 7,85% A/A em junho para 7,29% A/A em julho. A queda deve ser em parte revertida no mês de agosto (quando o número baixo de 0,07% M/M em ago/14 deve ser retirado do cálculo), mas a tendência de redução na inflação de serviços (excluindo passagem aérea e alimentação) deve prosseguir, refletindo a piora no mercado de trabalho.

A inflação medida pelo IPCA-15 ficou abaixo das expectativas e é condizente com a projeção da SulAmérica Investimentos para o IPCA de julho, de 0,53%. A inflação mensal deve seguir ficando menor, com menor pressão dos preços administrados nos próximos meses. A inflação de preços livres deve cair lentamente, refletindo a piora na atividade econômica e no mercado de trabalho, mas com a queda sendo lenta devido à inércia e aos efeitos defasados dos repasses da depreciação cambial e dos reajustes de preços administrados.

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